Wikileaks: "Não matem o mensageiro por revelar verdades incómodas"
JORNAL DE NOTÍCIAS
O fundador do Wikileaks pediu hoje, terça-feira, para "não matarem o mensageiro por revelar verdades incómodas", num artigo de opinião para o diário The Australian, onde argumentou que o "site" "merece protecção, não ameaças e ataques".
No texto disponível na página electrónica do diário australiano, escreveu que "o WikiLeaks não é o único a publicar os telegramas diplomáticos dos EUA", lembrando que estes estão a ser divulgados pelo The Guardian (Reino Unido), El País (Espanha), Le Monde (França), Der Spiegler (Alemanha) e The New York Times (EUA).
Todavia, queixou-se, de o «site» ser vítima dos "mais brutais ataques e acusações do governo norte-americano e dos seus seguidores", de ele próprio ter sido acusado de "traição", de terem sido feitos vários pedidos para ele ser "abatido" e de até o bem estar do filho ter sido ameaçado.
A razão, continuou, para ser o WikiLeaks o alvo das críticas é que, enquanto os outros jornais são "velhos e grandes", o «site» é "novo e pequeno".
Assange acusou o governo australiano de não o defender para "tentar matar o mensageiro porque não quer a verdade revelada, incluindo informação sobre os seus acordos diplomáticos e políticos".
No texto publicado hoje não são feitas referências à detenção de Assange em Londres, na sequência da emissão de um mandado de captura das autoridades suecas por agressões sexuais e violação.
Mas explicou as origens do Wikileaks, criado para revelar informação que as autoridades não desejam que seja publicada, usando "tecnologias da Internet de novas formas para noticiar a verdade".
O resultado é o que chama de "jornalismo científico", em que os factos são noticiados por jornais mas cujos documentos originais estão disponíveis para o leitor ver e fazer o próprio juízo.
"As sociedades democráticas precisam de meios de comunicação social fortes e o Wikileaks faz parte dessa comunicação social", argumentou, lembrando as revelações feitas sobre as guerras no Iraque, Afeganistão e corrupção nas empresas.
Assange desmentiu que seja contra a guerra mas considerou que "não há nada mais errado do que um governo mentir sobre essas guerras".
Negando que, nos quatro anos de funcionamento, a vida de pessoas tenha sido posta em risco, como alegaram as autoridades norte-americanas, citou o Supremo Tribunal dos EUA, que terá afirmado que "só uma imprensa livre e sem limites pode expor eficazmente a má fé do governo".
"A actual tempestade em redor do Wikileaks reforça a necessidade de defender o direito a toda a imprensa de revelar a verdade", concluiu.
Realizador Ken Loach
ofereceu-se para pagar parte da fiança de Julian Assange
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O realizador Ken Loach, o jornalista John Pilger e a colunável Jemima Khan, entre outros, ofereceram-se hoje para pagar parte de uma fiança para Julian Assange ser libertado condicionalmente, o que foi recusado pelo juiz.
Cinco pessoas, segundo repórteres presentes na sala, estiveram no tribunal de magistrados de Westminster e ofereceram, cada um, 20 mil libras (24 mil euros), enquanto um anónimo ofereceu 60 mil libras (71 mil euros).
Este dinheiro seria uma garantia no caso de fuga do fundador do WikiLeaks, todavia o juiz Howard Riddle determinou a prisão preventiva por considerar graves as acusações de que é alvo e também por existir risco de fuga.
Contudo, vincou que este caso não diz respeito ao WikiLeaks, mas a uma "alegação de graves crimes sexuais noutro país europeu que ocorreram em três ocasiões separadas, envolvendo duas vítimas diferentes".
Julian Assange é, segundo informou hoje a polícia britânica, acusado de um ato de coação, dois atos de agressão sexual e um de violação, cometidos em agosto deste ano.
Ken Loach admitiu não conhecer o australiano de 39 anos mas disse pensar que "o trabalho que ele fez foi um serviço público" e que as pessoas têm direito a "saber os negócios daqueles que nos governam".
Pilger, um compatriota de Assange, afirmou ter uma boa opinião do fundador do WikiLeaks, classificando de "absurdas" as acusações de que é alvo na Suécia.
Já Khan, irmã do deputado conservador Zac Goldsmith e ex-mulher do jogador de críquete Imrah Khan, reconheceu não conhecer Assange mas mostrou-se disposta a pagar 20 mil libras ou mais para a fiança.
Posteriormente, explicou que ofereceu o apoio por considerar que "isto trata-se do direito universal à informação e o nosso direito de ouvirmos a verdade".
" saída, o advogado de Assange, Mark Stephens manifestou-se convicto de que esta oferta de auxílio é a "ponte do iceberg".
"Isto vai tornar-se viral. Muitas pessoas pensam que o senhor Assange é inocente, incluindo eu", avisou.
Acrescentou ainda que "muitas pessoas acreditam que este processo tem motivações políticas".
Após confirmar a identidade, Assange foi questionado se aceitava ser extraditado, o que recusou.
Assim, vai permanecer em prisão preventiva pelo menos até dia 14 de Dezembro, data da próxima audiência.
Entretanto, um porta-voz do WikiLeaks garantiu que a divulgação dos telegramas diplomáticos norte-americanos iniciada na semana passada vai continuar.
Os EUA condenaram esta atitude, alegando que põe em causa vidas e a segurança nacional do país e que infringe as leis do país.
O WikiLeaks já tinha sido causa de controvérsia ao divulgar documentos secretos sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão.
Nos últimos dias foi obrigado a mudar de servidor e foi privado de bens e transferências de donativos por várias empresas.
Centenas de internautas criaram "sites espelho" para manter o conteúdo disponível, cujas partes principais, segundo o fundador, foram distribuídas numa forma codificada por milhares de pessoas as quais seriam publicadas se algo lhe acontecesse ou aos membros do Wikileaks.
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O realizador Ken Loach, o jornalista John Pilger e a colunável Jemima Khan, entre outros, ofereceram-se hoje para pagar parte de uma fiança para Julian Assange ser libertado condicionalmente, o que foi recusado pelo juiz.
Cinco pessoas, segundo repórteres presentes na sala, estiveram no tribunal de magistrados de Westminster e ofereceram, cada um, 20 mil libras (24 mil euros), enquanto um anónimo ofereceu 60 mil libras (71 mil euros).
Este dinheiro seria uma garantia no caso de fuga do fundador do WikiLeaks, todavia o juiz Howard Riddle determinou a prisão preventiva por considerar graves as acusações de que é alvo e também por existir risco de fuga.
Contudo, vincou que este caso não diz respeito ao WikiLeaks, mas a uma "alegação de graves crimes sexuais noutro país europeu que ocorreram em três ocasiões separadas, envolvendo duas vítimas diferentes".
Julian Assange é, segundo informou hoje a polícia britânica, acusado de um ato de coação, dois atos de agressão sexual e um de violação, cometidos em agosto deste ano.
Ken Loach admitiu não conhecer o australiano de 39 anos mas disse pensar que "o trabalho que ele fez foi um serviço público" e que as pessoas têm direito a "saber os negócios daqueles que nos governam".
Pilger, um compatriota de Assange, afirmou ter uma boa opinião do fundador do WikiLeaks, classificando de "absurdas" as acusações de que é alvo na Suécia.
Já Khan, irmã do deputado conservador Zac Goldsmith e ex-mulher do jogador de críquete Imrah Khan, reconheceu não conhecer Assange mas mostrou-se disposta a pagar 20 mil libras ou mais para a fiança.
Posteriormente, explicou que ofereceu o apoio por considerar que "isto trata-se do direito universal à informação e o nosso direito de ouvirmos a verdade".
" saída, o advogado de Assange, Mark Stephens manifestou-se convicto de que esta oferta de auxílio é a "ponte do iceberg".
"Isto vai tornar-se viral. Muitas pessoas pensam que o senhor Assange é inocente, incluindo eu", avisou.
Acrescentou ainda que "muitas pessoas acreditam que este processo tem motivações políticas".
Após confirmar a identidade, Assange foi questionado se aceitava ser extraditado, o que recusou.
Assim, vai permanecer em prisão preventiva pelo menos até dia 14 de Dezembro, data da próxima audiência.
Entretanto, um porta-voz do WikiLeaks garantiu que a divulgação dos telegramas diplomáticos norte-americanos iniciada na semana passada vai continuar.
Os EUA condenaram esta atitude, alegando que põe em causa vidas e a segurança nacional do país e que infringe as leis do país.
O WikiLeaks já tinha sido causa de controvérsia ao divulgar documentos secretos sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão.
Nos últimos dias foi obrigado a mudar de servidor e foi privado de bens e transferências de donativos por várias empresas.
Centenas de internautas criaram "sites espelho" para manter o conteúdo disponível, cujas partes principais, segundo o fundador, foram distribuídas numa forma codificada por milhares de pessoas as quais seriam publicadas se algo lhe acontecesse ou aos membros do Wikileaks.
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