CLARA BARATA – PÚBLICO – 11 dezembro 2010
Os advogados de Julian Assange dizem esperar que os Estados Unidos peçam muito em breve a extradição do editor do site WikiLeaks — detido no Reino Unido, ao abrigo de um mandado de captura internacional emitido pelas autoridades suecas, devido a acusações de crimes de natureza sexual. Enquanto isso, continua na Internet a revolta contra a reacção dos EUA à divulgação dos seus telegramas diplomáticos.
O colectivo Anonymous — que não quer ser chamado um grupo, diz-se “uma reunião na Internet”, segundo um comunicado divulgado no Twitter — iniciou a Operação Leakspin. A ideia é ler os telegramas diplomáticos dos EUA divulgados pela WikiLeaks e publicitar os que consideram que devem receber mais atenção, no site http://operationleakspin.org/.
Além disso, continuaram os ataques aos sites que se recusaram a trabalhar com a WikiLeaks, como os da Mastercard ou do Paypal. “O nosso objectivo é dar a conhecer a WikiLeaks e os métodos sujos usados por estas empresas para afectar o seu funcionamento”.
“Não somos um grupo de hackers”, mas “cidadãos da Internet, cuja motivação é um sentimento colectivo de estar farto das pequenas e grandes injustiças”. Asseguram que a Amazon não é um alvo: “Simplesmente porque atacar uma importante loja on-line quando as pessoas estão a comprar presentes seria de mau gosto.”
A companhia de segurança americana Imperva diz que estão a aumentar os downloads do programa usado para tornar inacessíveis os sites atacados, mantendo os seus servidores ocupados com pedidos de acesso falsos (ataque distribuído de negação de serviço, DDoS em inglês).
Normalmente, estes ataques usam computadores infectados com software malicioso, para os transformar em exércitos de zombies para atacar um alvo. Mas, neste caso, o programa exige a participação do dono do computador. “Alguém tem de carregar num botão”, disse à AP Robert Gourley, especialista em cibersegurança. “Não sei que precedentes legais existarão para processar alguém por causa disto.”
“Acho que estes ataques não são necessariamente ilegais ou imorais”, escreveu no seu blogue na revista "Foreign Policy Evgeny Morozov, da Universidade de Stanford. “Desde que não entrem nos computadores de outras pessoas, lançar um DDoS não deve ser tratado como um crime por defeito. Temos de pensar nas circunstâncias em que são lançados e nos alvos. Gosto de pensar nos DDoS como ocupações pacíficas: ambos querem perturbar um serviço ou instituição para marcar uma posição.”
Entretanto, o jornal francês "Libération" passou a alojar um site-espelho do WikiLeaks. “Escolhemos impedir a asfixia do WikiLeaks, quando os governos e as empresas tentam bloquear o seu funcionamento sem haver sequer uma decisão da justiça”, diz o jornal.
Enquanto isso, os advogados de Assange desdobravam-se em declarações sobre os rumores que corriam nos EUA de que em breve seriam formuladas acusações contra o australiano. “Qualquer acusação à luz da Lei de Espionagem será inconstucional e poria em causa a Primeira Emenda, que protege todos os media”, disse a advogada Jennifer Robinson.
.
Os advogados de Julian Assange dizem esperar que os Estados Unidos peçam muito em breve a extradição do editor do site WikiLeaks — detido no Reino Unido, ao abrigo de um mandado de captura internacional emitido pelas autoridades suecas, devido a acusações de crimes de natureza sexual. Enquanto isso, continua na Internet a revolta contra a reacção dos EUA à divulgação dos seus telegramas diplomáticos.
O colectivo Anonymous — que não quer ser chamado um grupo, diz-se “uma reunião na Internet”, segundo um comunicado divulgado no Twitter — iniciou a Operação Leakspin. A ideia é ler os telegramas diplomáticos dos EUA divulgados pela WikiLeaks e publicitar os que consideram que devem receber mais atenção, no site http://operationleakspin.org/.
Além disso, continuaram os ataques aos sites que se recusaram a trabalhar com a WikiLeaks, como os da Mastercard ou do Paypal. “O nosso objectivo é dar a conhecer a WikiLeaks e os métodos sujos usados por estas empresas para afectar o seu funcionamento”.
“Não somos um grupo de hackers”, mas “cidadãos da Internet, cuja motivação é um sentimento colectivo de estar farto das pequenas e grandes injustiças”. Asseguram que a Amazon não é um alvo: “Simplesmente porque atacar uma importante loja on-line quando as pessoas estão a comprar presentes seria de mau gosto.”
A companhia de segurança americana Imperva diz que estão a aumentar os downloads do programa usado para tornar inacessíveis os sites atacados, mantendo os seus servidores ocupados com pedidos de acesso falsos (ataque distribuído de negação de serviço, DDoS em inglês).
Normalmente, estes ataques usam computadores infectados com software malicioso, para os transformar em exércitos de zombies para atacar um alvo. Mas, neste caso, o programa exige a participação do dono do computador. “Alguém tem de carregar num botão”, disse à AP Robert Gourley, especialista em cibersegurança. “Não sei que precedentes legais existarão para processar alguém por causa disto.”
“Acho que estes ataques não são necessariamente ilegais ou imorais”, escreveu no seu blogue na revista "Foreign Policy Evgeny Morozov, da Universidade de Stanford. “Desde que não entrem nos computadores de outras pessoas, lançar um DDoS não deve ser tratado como um crime por defeito. Temos de pensar nas circunstâncias em que são lançados e nos alvos. Gosto de pensar nos DDoS como ocupações pacíficas: ambos querem perturbar um serviço ou instituição para marcar uma posição.”
Entretanto, o jornal francês "Libération" passou a alojar um site-espelho do WikiLeaks. “Escolhemos impedir a asfixia do WikiLeaks, quando os governos e as empresas tentam bloquear o seu funcionamento sem haver sequer uma decisão da justiça”, diz o jornal.
Enquanto isso, os advogados de Assange desdobravam-se em declarações sobre os rumores que corriam nos EUA de que em breve seriam formuladas acusações contra o australiano. “Qualquer acusação à luz da Lei de Espionagem será inconstucional e poria em causa a Primeira Emenda, que protege todos os media”, disse a advogada Jennifer Robinson.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário