segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

OBASANJO É O NOVO MEDIANEIRO NA COSTA DO MARFIM

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JORGE HEITOR, jornalista – O MÁXIMO

O antigo Presidente nigeriano Olusegun obasanjo encontra-se desde sábado na Costa do Marfim, para conversações destinadas a tentar acabar com a crise política existente desde que foram conhecidos os resultados da segunda volta das presidenciais, realizada no dia 28 de Novembro.

Obasanjo, cuja última passagem pelo poder terminou com a transferência de funções para um civil devidamente eleito, em 2007, esteve já com o Presidente cessante Laurent Gbagbo e com o liberal que entretanto foi escolhido para lhe suceder, segundo os dados da Comissão Eleitoral que foram reconhecidos pelo representante local das Nações Unidas, Alassane Ouattara.

Desde sábado, o rico fazendeiro Obasanjo já esteve três vezes com o historiador Gbagbo e pelo menos duas com o economista Ouattara, segundo conta a Bloomberg Businessweek.

Olusegun Obasanjo apareceu em Abidjan depois de lá haverem estado, sem êxito, o antigo Presidente sul-africano Thabo Mbeki, o presidente da Comissão da União Africana, Jean Ping, os presidentes de Cabo Verde, do Benim e da Serra Leoa e o primeiro-ministro do Quénia, Raila Odinga.

A viagem do general na reserva Obasanjo é feita a pedido do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e depois de consultas com o actual Presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, uma criatura que conta com toda a simpatia dos Estados Unidos.

Esta mais recente missão de bons ofícios decorre enquanto os ministros da Defesa da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) se preparam para no dia 17 de Janeiro se reunirem na capital do Mali, Bamaco, a fim de debaterem se deverão retirar Gbagbo pela força da presidência da República da Costa do Marfim, que só por si produz 33 por cento de todo o cacau mundialmente comercializado.

A importância do cacau, do café robusta, dos diamantes, das madeiras, do cobalto, do petróleo e do gás natural ajuda a compreender por que é que toda a África Ocdidental, a França, a União Europeia, os Estados Unidos e o Canadá acompanham com tanto interesse o que desde o fim de Novembro se está a passar em solo marfinense.

O Fundo Monetário Internacional, do qual Ouattara já foi um dos quadros mais destacados, entende que é ele quem tem conhecimentos para gerir um território de primordial importância para a economia de muitos países. Muito mais capacidade de levar à prática as determinações de Brenton Woods do que o historiador socialista Laurent Gbagbo, amigo de Jack Lang e de outros tenores da ala esquerda do PS francês. Jorge Heitor
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