Isabel Gorjão Santos – Público
Autoridades cubanas impediram manifestação em Santa Clara
Fariñas e pelo menos outros 15 opositores ao regime cubano foram detidos quando participavam numa manifestação em Santa Clara, junto à estátua do herói nacional José Martí.
Esta foi a terceira detenção de Fariñas em menos de 48 horas. Os opositores iam depositar flores junto à estátua de José Martí quando foram interpelados por cerca de 100 polícias e apoiantes do Governo, adiantou a Reuters.
Fariñas tornou-se num dos principais rostos da oposição ao regime de Raúl Castro quando, no ano passado, esteve 135 dias em greve de fome para pedir a libertação de presos políticos, tendo sido depois galardoado com o Prémio Sakharov para a liberdade de expressão, atribuído pelo Parlamento Europeu.
Na quinta-feira foi detido depois de participar num protesto em Santa Clara contra o despejo de uma mulher grávida e os seus dois filhos que se tinham instalado num edifício abandonado na cidade, mas acabou por ser libertado seis horas depois.
Mais tarde foi de novo detido quando se deslocava para um posto da polícia com outras três pessoas, para protestar contra a detenção de outros activistas, e horas depois voltou a ser detido, depois de ter sido alertado pelas autoridades para não participar em qualquer manifestação. “Não nos vão deixar fazer nada na rua, na verdade têm medo que as pessoas saiam para a rua”, disse Fariñas, citado pela Reuters.
A sua mãe, Alicia Hernandez, disse à AFP, por telefone, que Fariñas e mais cerca de 20 pessoas “tinham partido para ir pôr flores junto à estátua de José Marti”, até que a polícia chegou e os levou de carro para diversos postos de polícia.
O opositor disse à AFP, após a segunda detenção, que o objectivo das autoridades cubanas é “intimidar para que não haja manifestações a favor do povo”. E adiantou que os manifestantes foram avisados. “Um alto responsável disse que foi montado um dispositivo especial em Santa Clara e que não nos deixariam manifestar, que seríamos detidos.”
Em 2010 Fariñas esteve 135 dias em greve de fome para exigir a libertação de prisioneiros políticos cubanos, sobretudo os que se encontravam doentes. Acabou por pôr fim ao seu protesto quando, após a intervenção de responsáveis da Igreja Católica em Cuba, o Governo anunciou que iria libertar 52 presos políticos. Muitos desses prisioneiros, que pertencem ao grupo de 75 opositores detidos na “Primavera Negra” de 2003, já saíram da prisão e alguns deles estão hoje a viver em Espanha.
A greve de fome de Fariñas começou também depois de outro opositor, Orlando Zapata Tamayo, ter morrido em Fevereiro do ano passado após mais de 80 dias em greve de fome, também para exigir a libertação dos prisioneiros políticos doentes.
Em Dezembro, quando o Parlamento Europeu atribuiu a Fariñas o Prémio Sakharov, as autoridades cubanas não o autorizaram a viajar até Estrasburgo e a cerimónia acabou por decorrer com uma cadeira vazia no palco, coberta com a bandeira de Cuba.
Jornalista e psicólogo, Fariñas teve formação militar e chegou a combater em Angola, mas acabou por se afastar do regime cubano em 1989 por discordar da execução do general Arnaldo Ochoa, acusado de tráfico de droga. Desde então tornou-se um destacado activista pela defesa dos direitos humanos em Cuba. Já esteve 23 vezes em greve de fome.
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Autoridades cubanas impediram manifestação em Santa Clara
Fariñas e pelo menos outros 15 opositores ao regime cubano foram detidos quando participavam numa manifestação em Santa Clara, junto à estátua do herói nacional José Martí.
Esta foi a terceira detenção de Fariñas em menos de 48 horas. Os opositores iam depositar flores junto à estátua de José Martí quando foram interpelados por cerca de 100 polícias e apoiantes do Governo, adiantou a Reuters.
Fariñas tornou-se num dos principais rostos da oposição ao regime de Raúl Castro quando, no ano passado, esteve 135 dias em greve de fome para pedir a libertação de presos políticos, tendo sido depois galardoado com o Prémio Sakharov para a liberdade de expressão, atribuído pelo Parlamento Europeu.
Na quinta-feira foi detido depois de participar num protesto em Santa Clara contra o despejo de uma mulher grávida e os seus dois filhos que se tinham instalado num edifício abandonado na cidade, mas acabou por ser libertado seis horas depois.
Mais tarde foi de novo detido quando se deslocava para um posto da polícia com outras três pessoas, para protestar contra a detenção de outros activistas, e horas depois voltou a ser detido, depois de ter sido alertado pelas autoridades para não participar em qualquer manifestação. “Não nos vão deixar fazer nada na rua, na verdade têm medo que as pessoas saiam para a rua”, disse Fariñas, citado pela Reuters.
A sua mãe, Alicia Hernandez, disse à AFP, por telefone, que Fariñas e mais cerca de 20 pessoas “tinham partido para ir pôr flores junto à estátua de José Marti”, até que a polícia chegou e os levou de carro para diversos postos de polícia.
O opositor disse à AFP, após a segunda detenção, que o objectivo das autoridades cubanas é “intimidar para que não haja manifestações a favor do povo”. E adiantou que os manifestantes foram avisados. “Um alto responsável disse que foi montado um dispositivo especial em Santa Clara e que não nos deixariam manifestar, que seríamos detidos.”
Em 2010 Fariñas esteve 135 dias em greve de fome para exigir a libertação de prisioneiros políticos cubanos, sobretudo os que se encontravam doentes. Acabou por pôr fim ao seu protesto quando, após a intervenção de responsáveis da Igreja Católica em Cuba, o Governo anunciou que iria libertar 52 presos políticos. Muitos desses prisioneiros, que pertencem ao grupo de 75 opositores detidos na “Primavera Negra” de 2003, já saíram da prisão e alguns deles estão hoje a viver em Espanha.
A greve de fome de Fariñas começou também depois de outro opositor, Orlando Zapata Tamayo, ter morrido em Fevereiro do ano passado após mais de 80 dias em greve de fome, também para exigir a libertação dos prisioneiros políticos doentes.
Em Dezembro, quando o Parlamento Europeu atribuiu a Fariñas o Prémio Sakharov, as autoridades cubanas não o autorizaram a viajar até Estrasburgo e a cerimónia acabou por decorrer com uma cadeira vazia no palco, coberta com a bandeira de Cuba.
Jornalista e psicólogo, Fariñas teve formação militar e chegou a combater em Angola, mas acabou por se afastar do regime cubano em 1989 por discordar da execução do general Arnaldo Ochoa, acusado de tráfico de droga. Desde então tornou-se um destacado activista pela defesa dos direitos humanos em Cuba. Já esteve 23 vezes em greve de fome.
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