... apesar das repressões brutais
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Mike Head – wsws - 23 de fevereiro de 2011
Manifestações de massa e batalhas campais com a presença da polícia e de militares continuaram acontecendo por todo o Oriente Médio e no norte da África ontem, apesar dos massacres brutais de manifestantes pelos apoiadores dos regimes autocráticos do Oeste. Bem como em Bahrein, Líbia e Iêmen — onde houve combates ferozes, protestos de rua e muitas mortes — protestos antigoverno e greves se espalharam para outros estados aliados dos EUA na Arábia Saudita, Kuwait e Jordânia.
As rebeliões na Tunísia e no Egito provocaram protestos em toda a região, desde a Argélia até o Iraque. Isso causou consternação no governo Obama e entre as grandes potências europeias, que confiaram por muito tempo nas ditaduras regionais para reprimir suas respectivas populações e manter a ordem sobre uma parte do mundo estrategicamente crucial devido a sua riqueza em petróleo.
Pelo quinto dia consecutivo, houve confrontos sangrentos na monarquia da pequena ilha de Bahrein, onde fica a base da Quinta Frota da Marinha dos EUA. Pelo menos três pessoas morreram quando o Exército abriu fogo contra os manifestantes. Cerca de 25 mil pessoas, uma multidão enorme para um país com menos de um milhão de adultos, compareceram a uma marcha fúnebre pelos manifestantes mortos no dia anterior.
Foi o primeiro protesto no centro da capital, Manama, desde que a polícia invadiu a Praça Pérola antes do amanhecer nesta quinta-feira, matando quatro pessoas e ferindo cerca de 200.
Um médico do hospital Salmaniya disse à Al Jazeera que o hospital estava cheio de pessoas feridas gravemente: "Precisamos de ajuda! Nossa equipe está totalmente sobrecarregada. Eles estão atirando na cabeça das pessoas. Não nas pernas. As pessoas estão tendo seus cérebros apagados!".
Um manifestante disse à agência de notícias: "Eles tinham metralhadoras, não fuzis ou armas de mão, e eles atiraram em pessoas que fugiam". Outro manifestante, Hussein Ali, disse: "Eles começaram a atirar da ponte, sem qualquer aviso, depois eles começaram a atirar de seus carros (...) Foi terrível, um pesadelo. Crianças pequenas e mulheres foram caindo."
A Monarquia do Bahrein, atuando, sem dúvida, em estreita colaboração com Washington, está tentando se estabilizar. O príncipe Salman bin Hamad al-Khalifa, pediu por um "diálogo nacional" assim que a ordem foi restabelecida. Qualquer "diálogo" seria destinado a salvar o regime — mesmo que de uma forma ligeiramente modificada, com a ajuda de grupos de oposição oficialmente tolerados, como o exército egípcio tentou fazer desde a queda de Hosni Mubarak uma semana atrás.
Bahrein, situado no Golfo Pérsico entre a Arábia Saudita e o Irã, é também a casa do Comando Central das Forças Navais dos EUA. É de vital importância para Washington, visto que 40% do petróleo mundial passa pelo Golfo. Os EUA têm sido um fervoroso apoiador da rica família real e da elite que controla o Estado.
O presidente Barack Obama e a secretária de Estado Hillary Clinton fizeram ontem declarações de "profunda preocupação" com a violência no Bahrein, bem como na Líbia e no Iêmen. "Os Estados Unidos condenam o uso da violência por parte dos governos contra os manifestantes pacíficos nesses países e onde mais possa ocorrer", disse Obama.
Apenas em dezembro passado, no entanto, Clinton visitou o Bahrein, elogiando-o como um "parceiro modelo" na região. "Vejo o copo meio cheio", disse ela quando questionada sobre as detenções de opositores políticos proeminentes e relatos de tortura. Ela disse que ficou "impressionada com o empenho que o governo tem para colocar Bahrein no caminho democrático".
A responsabilidade dos EUA e seus aliados pela repressão no Bahrein foi reforçada por relatos de que as forças de segurança usaram armas fornecidas pelo Reino Unido contra os manifestantes. Um relatório do departamento de negócios do governo britânico, citado pelo jornal The Independent, disse que Londres deu autorização para os fabricantes de armas britânicas venderem "granadas de mão CS, cargas de demolição, potes de fumo e thunderflashes" para o Bahrein.
Outra "preocupação" de Washington são as implicações para a monarquia vizinha da Arábia Saudita, o terceiro maior receptor de ajuda militar dos EUA nas últimas três décadas depois dos governos de Israel e do Egito. Um ex-embaixador dos EUA na Arábia Saudita, Chas Freeman, disse à Al Jazeera que "os sauditas não vão tolerar agitação excessiva" no Bahrein por causa da sua proximidade com os seus principais campos de petróleo no leste da Arábia Saudita.
Da mesma forma, as empresas globais de petróleo estão acompanhando de perto o possível colapso das monarquias locais. A Platts, uma indústria local, relatou: "A Arábia Saudita, o óleo de Golias, que tem em suas mãos a única capacidade de produção extra significativa para atender eventuais perturbações da oferta potencial mundial, foi cercada pelos motins sangrentos no país vizinho Bahrein e crescentes protestos antigoverno ao sul de sua fronteira no Iêmen".
Líbia
Intensos combates devastaram a Líbia pelo quinto dia, quando os manifestantes exigiram a retirada do regime de 41 anos do coronel Muammar Khadafi, que também se tornou um aliado próximo do Ocidente e dos gigantes do petróleo nos últimos anos. O acesso da imprensa à Líbia é rigidamente controlado, mas os relatórios de várias fontes descreveram cenas insurrecionais após o "dia de fúria" na quinta-feira, no qual pelo menos 25 manifestantes foram mortos.
As forças de segurança foram implantadas na cidade oriental de Al-Baida, disse uma fonte próxima às autoridades á agência AFP, após uma reportagem da Reuters de que os manifestantes antiregime haviam tomado o controle da cidade com a ajuda da polícia local.
Os vídeos do YouTube mostraram manifestantes que marchavam pelas ruas de Benghazi, a segunda maior cidade do país, cantando slogans contra o governo. Manifestantes incendiaram a sede de uma emissora de rádio local, em Benghazi, depois que os guardas do edifício retiraram-se, disseram testemunhas e uma fonte de segurança à agência AFP. Moradores também informaram que a polícia havia sido substituída por tropas militares. Mohamed el-Berqawy, um engenheiro em Benghazi, disse à Al Jazeera que um "massacre" estava ocorrendo na cidade.
De acordo com um compilado feito pela AFP a partir de diferentes fontes locais, pelo menos 41 pessoas perderam a vida desde que as primeiras manifestações eclodiram na terça-feira. As autoridades da Líbia afirmaram que o oeste do país ficou em silêncio. Mas as manifestações foram relatadas em outras cidades, incluindo a capital, Trípoli.
Iémen
O Iêmen, outro aliado dos EUA, também recorreu à força letal contra os protestos ontem, elevando para 10 o número de mortos desde que os tumultos eclodiram no domingo. Manifestantes anti-regime na volátil cidade de Taez foram atingidos por um ataque de granadas na sexta-feira, deixando dois mortos. Violentos confrontos em várias áreas do sul da cidade de Aden mataram quatro pessoas e feriram pelo menos 27. Também houve confrontos na capital, Sanaa, em que quatro manifestantes contrários ao regime foram feridos, segundo testemunhas e jornalistas, que também foram espancados.
O ataque com granadas ocorreu depois que centenas de manifestantes tomaram o centro de Taez após as orações semanais muçulmanas, pedindo a destituição do presidente Ali Abdullah Saleh. Uma autoridade local disse à AFP que a granada foi atirada contra os manifestantes a partir de um carro com placa do governo em alta velocidade.
Em Sanaa, vários jornalistas foram severamente espancados por adeptos da decisão do Congresso Geral Popular (GPC), que atacaram a manifestação usando bastões e machados, segundo um correspondente da AFP. Milhares de manifestantes, principalmente estudantes, se reuniram após as orações semanais muçulmanas. "A população quer derrubar o regime", gritavam.
Arábia Saudita, Kuwait, Jordânia
Significativamente, a agitação espalhou-se tanto para a Arábia Saudita e Kuwait, e reapareceu em outro estado-chave apoiado pelos EUA, na Jordânia. Na Arábia Saudita, trabalhadores estrangeiros da construção civil entraram em greve no Distrito Financeiro Rei Abdullah e na Universidade Rei Saud, na capital Riad. O Arab News informou que os trabalhadores pararam de trabalhar, também porque os seus salários ou pagamento de horas extras não foram pagos.
No Kuwait, pelo menos mil árabes apátridas manifestaram em Jahra, no noroeste da Cidade do Kuwait, exigindo a cidadania. Dezenas de pessoas foram presas pela polícia. Ambulâncias levaram um número indeterminado de manifestantes feridos e forças de segurança para longe dos confrontos. As forças de segurança dispersaram a manifestação, utilizando bombas de fumaça e canhões de água. O governo insiste que cerca de 100 mil árabes apátridas no Kuwait não têm direito à nacionalidade.
Na Jordânia, bandidos empunhando bastões voltaram-se contra manifestantes antigoverno na capital Amã. Os manifestantes alegaram que foram atacados assim que começaram a se dispersar depois de uma passeata pedindo um governo eleito e o fim da corrupção oficial. Os manifestantes pedem por reforma econômica e política desde meados de janeiro. O rei Abdullah II demitiu todo o seu gabinete no mês passado, em um esforço para evitar os protestos, mas muitos ficaram perplexos com a nomeação de Marouf Bakhit, um dos capangas do rei, como o novo primeiro-ministro. Bakhit, um major-general aposentado do Exército, serviu como primeiro-ministro da Jordânia, a partir de 2005 até que ele foi forçado a renunciar em 2007 depois de eleições fraudulentas.
A situação na Jordânia é um exemplo da crise social intratável que conduz os protestos. O país tem uma elevada taxa de desemprego entre a população de 6 milhões, a maioria deles com menos de 25 anos, e está sofrendo com a subida dos preços mundiais dos alimentos e combustíveis. Nenhum dos regimes da região, todos eles presidindo sob desigualdades cada vez mais gritantes — assim como fazem os governos ao redor do mundo — de forma alguma buscam atender às necessidades econômicas e sociais de suas populações.
[Traduzido por movimentonn.org]
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Manifestações de massa e batalhas campais com a presença da polícia e de militares continuaram acontecendo por todo o Oriente Médio e no norte da África ontem, apesar dos massacres brutais de manifestantes pelos apoiadores dos regimes autocráticos do Oeste. Bem como em Bahrein, Líbia e Iêmen — onde houve combates ferozes, protestos de rua e muitas mortes — protestos antigoverno e greves se espalharam para outros estados aliados dos EUA na Arábia Saudita, Kuwait e Jordânia.
As rebeliões na Tunísia e no Egito provocaram protestos em toda a região, desde a Argélia até o Iraque. Isso causou consternação no governo Obama e entre as grandes potências europeias, que confiaram por muito tempo nas ditaduras regionais para reprimir suas respectivas populações e manter a ordem sobre uma parte do mundo estrategicamente crucial devido a sua riqueza em petróleo.
Pelo quinto dia consecutivo, houve confrontos sangrentos na monarquia da pequena ilha de Bahrein, onde fica a base da Quinta Frota da Marinha dos EUA. Pelo menos três pessoas morreram quando o Exército abriu fogo contra os manifestantes. Cerca de 25 mil pessoas, uma multidão enorme para um país com menos de um milhão de adultos, compareceram a uma marcha fúnebre pelos manifestantes mortos no dia anterior.
Foi o primeiro protesto no centro da capital, Manama, desde que a polícia invadiu a Praça Pérola antes do amanhecer nesta quinta-feira, matando quatro pessoas e ferindo cerca de 200.
Um médico do hospital Salmaniya disse à Al Jazeera que o hospital estava cheio de pessoas feridas gravemente: "Precisamos de ajuda! Nossa equipe está totalmente sobrecarregada. Eles estão atirando na cabeça das pessoas. Não nas pernas. As pessoas estão tendo seus cérebros apagados!".
Um manifestante disse à agência de notícias: "Eles tinham metralhadoras, não fuzis ou armas de mão, e eles atiraram em pessoas que fugiam". Outro manifestante, Hussein Ali, disse: "Eles começaram a atirar da ponte, sem qualquer aviso, depois eles começaram a atirar de seus carros (...) Foi terrível, um pesadelo. Crianças pequenas e mulheres foram caindo."
A Monarquia do Bahrein, atuando, sem dúvida, em estreita colaboração com Washington, está tentando se estabilizar. O príncipe Salman bin Hamad al-Khalifa, pediu por um "diálogo nacional" assim que a ordem foi restabelecida. Qualquer "diálogo" seria destinado a salvar o regime — mesmo que de uma forma ligeiramente modificada, com a ajuda de grupos de oposição oficialmente tolerados, como o exército egípcio tentou fazer desde a queda de Hosni Mubarak uma semana atrás.
Bahrein, situado no Golfo Pérsico entre a Arábia Saudita e o Irã, é também a casa do Comando Central das Forças Navais dos EUA. É de vital importância para Washington, visto que 40% do petróleo mundial passa pelo Golfo. Os EUA têm sido um fervoroso apoiador da rica família real e da elite que controla o Estado.
O presidente Barack Obama e a secretária de Estado Hillary Clinton fizeram ontem declarações de "profunda preocupação" com a violência no Bahrein, bem como na Líbia e no Iêmen. "Os Estados Unidos condenam o uso da violência por parte dos governos contra os manifestantes pacíficos nesses países e onde mais possa ocorrer", disse Obama.
Apenas em dezembro passado, no entanto, Clinton visitou o Bahrein, elogiando-o como um "parceiro modelo" na região. "Vejo o copo meio cheio", disse ela quando questionada sobre as detenções de opositores políticos proeminentes e relatos de tortura. Ela disse que ficou "impressionada com o empenho que o governo tem para colocar Bahrein no caminho democrático".
A responsabilidade dos EUA e seus aliados pela repressão no Bahrein foi reforçada por relatos de que as forças de segurança usaram armas fornecidas pelo Reino Unido contra os manifestantes. Um relatório do departamento de negócios do governo britânico, citado pelo jornal The Independent, disse que Londres deu autorização para os fabricantes de armas britânicas venderem "granadas de mão CS, cargas de demolição, potes de fumo e thunderflashes" para o Bahrein.
Outra "preocupação" de Washington são as implicações para a monarquia vizinha da Arábia Saudita, o terceiro maior receptor de ajuda militar dos EUA nas últimas três décadas depois dos governos de Israel e do Egito. Um ex-embaixador dos EUA na Arábia Saudita, Chas Freeman, disse à Al Jazeera que "os sauditas não vão tolerar agitação excessiva" no Bahrein por causa da sua proximidade com os seus principais campos de petróleo no leste da Arábia Saudita.
Da mesma forma, as empresas globais de petróleo estão acompanhando de perto o possível colapso das monarquias locais. A Platts, uma indústria local, relatou: "A Arábia Saudita, o óleo de Golias, que tem em suas mãos a única capacidade de produção extra significativa para atender eventuais perturbações da oferta potencial mundial, foi cercada pelos motins sangrentos no país vizinho Bahrein e crescentes protestos antigoverno ao sul de sua fronteira no Iêmen".
Líbia
Intensos combates devastaram a Líbia pelo quinto dia, quando os manifestantes exigiram a retirada do regime de 41 anos do coronel Muammar Khadafi, que também se tornou um aliado próximo do Ocidente e dos gigantes do petróleo nos últimos anos. O acesso da imprensa à Líbia é rigidamente controlado, mas os relatórios de várias fontes descreveram cenas insurrecionais após o "dia de fúria" na quinta-feira, no qual pelo menos 25 manifestantes foram mortos.
As forças de segurança foram implantadas na cidade oriental de Al-Baida, disse uma fonte próxima às autoridades á agência AFP, após uma reportagem da Reuters de que os manifestantes antiregime haviam tomado o controle da cidade com a ajuda da polícia local.
Os vídeos do YouTube mostraram manifestantes que marchavam pelas ruas de Benghazi, a segunda maior cidade do país, cantando slogans contra o governo. Manifestantes incendiaram a sede de uma emissora de rádio local, em Benghazi, depois que os guardas do edifício retiraram-se, disseram testemunhas e uma fonte de segurança à agência AFP. Moradores também informaram que a polícia havia sido substituída por tropas militares. Mohamed el-Berqawy, um engenheiro em Benghazi, disse à Al Jazeera que um "massacre" estava ocorrendo na cidade.
De acordo com um compilado feito pela AFP a partir de diferentes fontes locais, pelo menos 41 pessoas perderam a vida desde que as primeiras manifestações eclodiram na terça-feira. As autoridades da Líbia afirmaram que o oeste do país ficou em silêncio. Mas as manifestações foram relatadas em outras cidades, incluindo a capital, Trípoli.
Iémen
O Iêmen, outro aliado dos EUA, também recorreu à força letal contra os protestos ontem, elevando para 10 o número de mortos desde que os tumultos eclodiram no domingo. Manifestantes anti-regime na volátil cidade de Taez foram atingidos por um ataque de granadas na sexta-feira, deixando dois mortos. Violentos confrontos em várias áreas do sul da cidade de Aden mataram quatro pessoas e feriram pelo menos 27. Também houve confrontos na capital, Sanaa, em que quatro manifestantes contrários ao regime foram feridos, segundo testemunhas e jornalistas, que também foram espancados.
O ataque com granadas ocorreu depois que centenas de manifestantes tomaram o centro de Taez após as orações semanais muçulmanas, pedindo a destituição do presidente Ali Abdullah Saleh. Uma autoridade local disse à AFP que a granada foi atirada contra os manifestantes a partir de um carro com placa do governo em alta velocidade.
Em Sanaa, vários jornalistas foram severamente espancados por adeptos da decisão do Congresso Geral Popular (GPC), que atacaram a manifestação usando bastões e machados, segundo um correspondente da AFP. Milhares de manifestantes, principalmente estudantes, se reuniram após as orações semanais muçulmanas. "A população quer derrubar o regime", gritavam.
Arábia Saudita, Kuwait, Jordânia
Significativamente, a agitação espalhou-se tanto para a Arábia Saudita e Kuwait, e reapareceu em outro estado-chave apoiado pelos EUA, na Jordânia. Na Arábia Saudita, trabalhadores estrangeiros da construção civil entraram em greve no Distrito Financeiro Rei Abdullah e na Universidade Rei Saud, na capital Riad. O Arab News informou que os trabalhadores pararam de trabalhar, também porque os seus salários ou pagamento de horas extras não foram pagos.
No Kuwait, pelo menos mil árabes apátridas manifestaram em Jahra, no noroeste da Cidade do Kuwait, exigindo a cidadania. Dezenas de pessoas foram presas pela polícia. Ambulâncias levaram um número indeterminado de manifestantes feridos e forças de segurança para longe dos confrontos. As forças de segurança dispersaram a manifestação, utilizando bombas de fumaça e canhões de água. O governo insiste que cerca de 100 mil árabes apátridas no Kuwait não têm direito à nacionalidade.
Na Jordânia, bandidos empunhando bastões voltaram-se contra manifestantes antigoverno na capital Amã. Os manifestantes alegaram que foram atacados assim que começaram a se dispersar depois de uma passeata pedindo um governo eleito e o fim da corrupção oficial. Os manifestantes pedem por reforma econômica e política desde meados de janeiro. O rei Abdullah II demitiu todo o seu gabinete no mês passado, em um esforço para evitar os protestos, mas muitos ficaram perplexos com a nomeação de Marouf Bakhit, um dos capangas do rei, como o novo primeiro-ministro. Bakhit, um major-general aposentado do Exército, serviu como primeiro-ministro da Jordânia, a partir de 2005 até que ele foi forçado a renunciar em 2007 depois de eleições fraudulentas.
A situação na Jordânia é um exemplo da crise social intratável que conduz os protestos. O país tem uma elevada taxa de desemprego entre a população de 6 milhões, a maioria deles com menos de 25 anos, e está sofrendo com a subida dos preços mundiais dos alimentos e combustíveis. Nenhum dos regimes da região, todos eles presidindo sob desigualdades cada vez mais gritantes — assim como fazem os governos ao redor do mundo — de forma alguma buscam atender às necessidades econômicas e sociais de suas populações.
[Traduzido por movimentonn.org]
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