ORLANDO CASTRO*, jornalista – ALTO HAMA
A ministra do Desemprego de Portugal (formalmente chama-se do Trabalho) defendeu hoje que o desemprego deve-se à situação económica e não ao insucesso das políticas.
Ora bem. As políticas estarão certas mas a economia (que pelos vistos não é do PS...) é que teima em contrariar a visão, o rasgo, a capacidade, o profissionalismo do governo.
Apesar disso, provavelmente porque ainda não consegiu dar a volta à economia não socialista, a ministra Helena André garante que o Governo continua "muito preocupado".
E como os 700 mil desempregados, os 20% de pobres e os outros 20% que têm a pobreza a bater à porta muito bem sabem, sempre que o governo de José Sócrates está preocupado... o mexilhão é que se lixa.
O número de desempregados "não tem nada a ver com o insucesso dos programas de políticas activas", mas "com aquilo que é o crescimento económico do país e com a necessidade de termos um crescimento económico que seja mais importante e mais sustentado para podermos criar mais emprego", disse Helena André.
A ministra descobriu, clara e inequivocamente, a pólvora. Então não é que ela conseguiu ver que sem crescimento económico não haverá mais emprego? É obra. Dir-se-ia que é mesmo a obra-prima do mestre... Sócrates.
E todos a pensarem que para haver mais emprego bastava ter um governo do PS quando, diz a ministra, afinal é preciso que a economia cresça. Que chatice!
"A realidade é que o número de inscritos nos centros de emprego tem vindo a diminuir praticamente todos os meses. Tivemos apenas uma excepção em 2010, durante o mês de Setembro", mas "isto não quer dizer que não continuemos muito preocupados" com os níveis de desemprego e, "sobretudo", com o desemprego de longa duração", disse Helena André.
A taxa de desemprego em Portugal atingiu os 11,1% no último trimestre de 2010, o valor mais alto de que há registo. E de quem é a culpa? É da economia, não das políticas. É dos agentes económicos e não do governo. É, no fim de contas, dos portugueses que continuam a achar que precisam de ter emprego.
E perante essa mania nada socialista, não admira que, fartos de esperar por um emprego de acordo com as suas habilitações, os jovens façam o mesmo que Mário Soares fez em tempos com o socialismo. Ou seja, metam o diploma numa gaveta e procurem sobreviver como motoristas de táxi, como “embrulhadores” de compras numa loja de um qualquer centro comercial ou como autómatos nos call-centers.
Só no mundo dos call-centers, cerca de 7.500 operadores têm um curso superior. Também nos super e hipermercados são cada vez mais os diplomados na reposição de stocks ou atrás das caixas registadoras.
Mas tudo isto acontece, registe-se, não devido ao insucesso das políticas socialistas mas, isso sim, devido à crise da economia. E, como se sabe, as políticas do Governo referem-se ao Burkina Faso e a economia a... Portugal.
*Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.
A ministra do Desemprego de Portugal (formalmente chama-se do Trabalho) defendeu hoje que o desemprego deve-se à situação económica e não ao insucesso das políticas.
Ora bem. As políticas estarão certas mas a economia (que pelos vistos não é do PS...) é que teima em contrariar a visão, o rasgo, a capacidade, o profissionalismo do governo.
Apesar disso, provavelmente porque ainda não consegiu dar a volta à economia não socialista, a ministra Helena André garante que o Governo continua "muito preocupado".
E como os 700 mil desempregados, os 20% de pobres e os outros 20% que têm a pobreza a bater à porta muito bem sabem, sempre que o governo de José Sócrates está preocupado... o mexilhão é que se lixa.
O número de desempregados "não tem nada a ver com o insucesso dos programas de políticas activas", mas "com aquilo que é o crescimento económico do país e com a necessidade de termos um crescimento económico que seja mais importante e mais sustentado para podermos criar mais emprego", disse Helena André.
A ministra descobriu, clara e inequivocamente, a pólvora. Então não é que ela conseguiu ver que sem crescimento económico não haverá mais emprego? É obra. Dir-se-ia que é mesmo a obra-prima do mestre... Sócrates.
E todos a pensarem que para haver mais emprego bastava ter um governo do PS quando, diz a ministra, afinal é preciso que a economia cresça. Que chatice!
"A realidade é que o número de inscritos nos centros de emprego tem vindo a diminuir praticamente todos os meses. Tivemos apenas uma excepção em 2010, durante o mês de Setembro", mas "isto não quer dizer que não continuemos muito preocupados" com os níveis de desemprego e, "sobretudo", com o desemprego de longa duração", disse Helena André.
A taxa de desemprego em Portugal atingiu os 11,1% no último trimestre de 2010, o valor mais alto de que há registo. E de quem é a culpa? É da economia, não das políticas. É dos agentes económicos e não do governo. É, no fim de contas, dos portugueses que continuam a achar que precisam de ter emprego.
E perante essa mania nada socialista, não admira que, fartos de esperar por um emprego de acordo com as suas habilitações, os jovens façam o mesmo que Mário Soares fez em tempos com o socialismo. Ou seja, metam o diploma numa gaveta e procurem sobreviver como motoristas de táxi, como “embrulhadores” de compras numa loja de um qualquer centro comercial ou como autómatos nos call-centers.
Só no mundo dos call-centers, cerca de 7.500 operadores têm um curso superior. Também nos super e hipermercados são cada vez mais os diplomados na reposição de stocks ou atrás das caixas registadoras.
Mas tudo isto acontece, registe-se, não devido ao insucesso das políticas socialistas mas, isso sim, devido à crise da economia. E, como se sabe, as políticas do Governo referem-se ao Burkina Faso e a economia a... Portugal.
*Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.
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