TSF – 20 fevereiro 2011
Pinto Monteiro diz que há escutas ilegais em Portugal e que o Procurador-geral da República não tem forma de resolver a questão. O responsável entende ainda que o segredo de justiça é uma fraude.
Em entrevista ao programa "Gente que Conta" deste domingo, Pinto Monteiro disse que «há escutas ilegais em Portugal» e que «o Procurador-geral da República não tem nenhum meio de controlar isso», apenas uma brigada da PJ «tem esse poder».
Pinto Monteiro lembrou que é muito fácil comprar aparelhos que permitam gravar uma conversa e defendeu que sejam elaboradas leis para criar um «sistema eficaz de controle».
«O segredo de justiça é uma fraude. Não há segredo de justiça nenhum. De todo o lado há violações do segredo de justiça», considerou, acrescentando que também aí a Procuradoria-geral da República não «consegue fazer nada», já que a maior parte dos casos de violação do segredo de justiça que participou foram arquivados.
Pinto Monteiro frisou que as violações ao segredo de justiça acontecem dentro e fora do meio, lembrando, por exemplo, que os jornalistas que se constituem assistentes num processo não podem divulgar, mas apenas consultar.
O Procurador-geral da República disse ainda que já se habituou aos ataques, numa referência ao caso Freeport, considerando que há muita gente com medo de ser apanhada.
Pinto Monteiro entende que se não mandasse abrir o inquérito para averiguar como tudo tinha começado, diziam que estava a esconder o que se passou no Freeport.
«A maior parte das pessoas que censuram o PGR deviam ter de nascer 20 vezes para serem tão sérias como ele», disse.
Lembrou ainda que quando se abrem inquéritos contra bancos ou casos de futebol, por exemplo, «há gente que tem muito medo de ser apanhada» e daí criticarem o Procurador-geral da República. Neste sentido, defendeu que é preciso mais «coragem» em Portugal.
O programa "Gente que Conta" passa na Emissão da TSF depois do noticiário das 11:00 horas e fica disponível na página do programa a partir dessa hora.
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