terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Secretário-geral da UNITA em greve de fome contra detenções arbitrárias...

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... e intolerância do poder em Angola

RB – LUSA

Luanda, 08 fev (Lusa) - O secretário-geral da UNITA, Abílio Kamalata Numa, está em greve de fome no comando provincial da polícia do Huambo, em protesto pela detenção de um militante do maior partido da oposição angolana, disse à Lusa fonte oficial.

O protesto do dirigente da UNITA começou na segunda-feira, depois de a Polícia Nacional (PN) ter detido, no município do Bailundo, o militante do partido do "Galo Negro", António Kaputo.

Este protesto, explicou à Agência Lusa o porta-voz da UNITA, Alcides Sakala, é a abertura de uma nova fase na estratégia do partido para levar o executivo do MPLA a por cobro à "intolerância e arbitrariedade" com que as estruturas do poder lidam com a oposição.

"Até aqui temos procurado, através do diálogo, levar o Executivo a acabar com as prisões arbitrárias e a intolerância continuamente aplicadas pelas estruturas ligadas ao poder em todo o país aos elementos da oposição, nomeadamente da UNITA", disse.

Alcides Sakala apontou ainda para a ideia de dar continuidade a este tipo de protesto por ser "insuportável" a forma como as autoridades "perseguem e prendem" quem não é do partido no poder, "até que o Executivo mude de atitude".

"Procurámos durante muito tempo chamar a atenção do Executivo sem resultado e agora só nos resta protestar de forma absolutamente pacífica porque constatamos que a intolerância faz parte da estratégia do partido no poder", acusou Sakala.

Com Kamalata Numa no local da greve de fome estão dezenas de elementos da UNITA e a sua direção provincial do Huambo, incluindo o seu secretário-geral regional, Liberty Chiyaka.

A greve de fome, disse Kamalata Numa, citado por Sakala, "só vai terminar com a libertação de António Kaputo" que diz ter sido "injustamente detido e apenas por ser militante da UNITA" e lembrou que o protesto pacífico "é um direito constitucional".

A Agência Lusa está a tentar contactar a polícia no Huambo, mas ainda não foi possível até ao momento.
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