JORNAL DE NOTÍCIAS – 08 bevereiro 2011
Embora rivais, as principais escolas de Samba do Rio de Janeiro demonstraram hoje espírito de solidariedade, oferecendo pronta ajuda aos três grupos que perderam as suas fantasias e adereços no incêndio ocorrido de manhã na Cidade do Samba.
"Quando falamos que as escolas são co-irmãs, é isso. Vamos ajudar, tudo o que pudermos fazer para ajudar a gente vai fazer", garante Francisco Marinho, presidente da escola Porto da Pedra, que não sofreu danos com o fogo.
O apoio das demais escolas foi imediato. Nas redondezas do incêndio nota-se a presença de diversos responsáveis de grupos que não foram atingidos, todos dispostos a oferecer ajuda, inclusive cedendo local para trabalho, mão de obra e material.
"É muito triste e nós vamos ajudar porque o carnaval é um acontecimento visto como um todo; um acidente como esse prejudica o carnaval e não apenas uma escola", lamenta o presidente da Porto da Pedra.
"Existe uma rivalidade só para ver quem é campeã, mas em termos de união, as escolas são bem unidas, não é como no futebol, você pode ir vestido com a blusa de outra escola que receberá o mesmo carinho e a mesma atenção", explica Augusto César Albuquerque, 51 anos, membro da Beija-Flor, que também não sofreu estragos.
No final da manhã, poucas horas após as chamas terem sido controladas e a confirmação de que não houve vítimas, uma roda de oração foi realizada no centro da Cidade do Samba, organizada pelos integrantes da Grande Rio, a única que contava com um funcionário dentro dos armazéns quando o fogo começou, mas que conseguiu salvar-se.
"Nosso único ajudante que estava no barracão conseguiu pular em cima de um carro alegórico que estava cheio de espumas, e não se machucou, então temos que agradecer a Deus porque não tivemos vítimas", disse o carnavalesco, sem conseguir conter as lágrimas, ao lado do presidente da escola, Hélio de Oliveira, que não conseguia falar.
A apenas três semanas do carnaval, a possibilidade de se reconstruir tudo o que foi perdido é muito pequena, mas os responsáveis dos grupos atingidos já manifestaram seu interesse em desfilar, ainda que sem fantasias.
"Agora começa esta fase de a gente ver o que pode ser feito, para tentar achar o início de novo, mas a primeira coisa para recomeçarmos é entrar e saber o que foi perdido, e o que não foi", afirma Dudu Azevedo, diretor de harmonia da Grande Rio, que este ano tem a cidade sulina de Florianópolis como tema.
O diretor confirmou que as demais escolas já ofereceram ajuda e tentam colaborar no que é possível neste momento de dor.
"No início agora é apoio, todos ajudaram a tirar os carros da Ilha, da Portela... Com calma vamos ver no que cada um poderá ajudar em termos de material e estrutura", conclui o carnavalesco.
Quatro armazéns de 14 da Cidade do Samba, no Rio de Janeiro, foram hoje atingidos por um fogo, apenas controlado ao fim da manhã por 70 bombeiros.
O fogo atingiu os armazéns das escolas da Portela, da União da Ilha do Governador, da Grande Rio e da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa).
***Fabiane Roque, para a Agência Lusa
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Embora rivais, as principais escolas de Samba do Rio de Janeiro demonstraram hoje espírito de solidariedade, oferecendo pronta ajuda aos três grupos que perderam as suas fantasias e adereços no incêndio ocorrido de manhã na Cidade do Samba.
"Quando falamos que as escolas são co-irmãs, é isso. Vamos ajudar, tudo o que pudermos fazer para ajudar a gente vai fazer", garante Francisco Marinho, presidente da escola Porto da Pedra, que não sofreu danos com o fogo.
O apoio das demais escolas foi imediato. Nas redondezas do incêndio nota-se a presença de diversos responsáveis de grupos que não foram atingidos, todos dispostos a oferecer ajuda, inclusive cedendo local para trabalho, mão de obra e material.
"É muito triste e nós vamos ajudar porque o carnaval é um acontecimento visto como um todo; um acidente como esse prejudica o carnaval e não apenas uma escola", lamenta o presidente da Porto da Pedra.
"Existe uma rivalidade só para ver quem é campeã, mas em termos de união, as escolas são bem unidas, não é como no futebol, você pode ir vestido com a blusa de outra escola que receberá o mesmo carinho e a mesma atenção", explica Augusto César Albuquerque, 51 anos, membro da Beija-Flor, que também não sofreu estragos.
No final da manhã, poucas horas após as chamas terem sido controladas e a confirmação de que não houve vítimas, uma roda de oração foi realizada no centro da Cidade do Samba, organizada pelos integrantes da Grande Rio, a única que contava com um funcionário dentro dos armazéns quando o fogo começou, mas que conseguiu salvar-se.
"Nosso único ajudante que estava no barracão conseguiu pular em cima de um carro alegórico que estava cheio de espumas, e não se machucou, então temos que agradecer a Deus porque não tivemos vítimas", disse o carnavalesco, sem conseguir conter as lágrimas, ao lado do presidente da escola, Hélio de Oliveira, que não conseguia falar.
A apenas três semanas do carnaval, a possibilidade de se reconstruir tudo o que foi perdido é muito pequena, mas os responsáveis dos grupos atingidos já manifestaram seu interesse em desfilar, ainda que sem fantasias.
"Agora começa esta fase de a gente ver o que pode ser feito, para tentar achar o início de novo, mas a primeira coisa para recomeçarmos é entrar e saber o que foi perdido, e o que não foi", afirma Dudu Azevedo, diretor de harmonia da Grande Rio, que este ano tem a cidade sulina de Florianópolis como tema.
O diretor confirmou que as demais escolas já ofereceram ajuda e tentam colaborar no que é possível neste momento de dor.
"No início agora é apoio, todos ajudaram a tirar os carros da Ilha, da Portela... Com calma vamos ver no que cada um poderá ajudar em termos de material e estrutura", conclui o carnavalesco.
Quatro armazéns de 14 da Cidade do Samba, no Rio de Janeiro, foram hoje atingidos por um fogo, apenas controlado ao fim da manhã por 70 bombeiros.
O fogo atingiu os armazéns das escolas da Portela, da União da Ilha do Governador, da Grande Rio e da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa).
***Fabiane Roque, para a Agência Lusa
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