quinta-feira, 17 de março de 2011

Audição de Raúl Tati, em Lisboa, a propósito da situação na colónia...

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… angolana de Cabinda

ORLANDO CASTRO*, jornalista – ALTO HAMA

Por iniciativa da eurodeputada Ana Gomes, realiza-se amanhã, às 15 horas, no Gabinete do Parlamento Europeu, no Largo Jean Monnet, n.º 1-6, 1269-070, Lisboa, uma Audição Pública com o Padre Raúl Tati.

O Padre Raúl Tati foi libertado a 22 de Dezembro 2010, juntamente com outros activistas de direitos humanos de Cabinda, que tinham sido presos a 16 de Janeiro de 2010, numa onda de repressão que se seguiu ao atentado contra a escolta militar angolana à selecção do Togo, durante o CAN 2010.

Tati fora acusado de ser um dos autores morais do atentado reivindicado pela FLEC, num julgamento internacionalmente contestado. Raúl Tati foi reconhecido como prisioneiro de consciência pela Amnistia Internacional.

Recorde-se que para o regime angolano, quem em Cabinda – ou mesmo em Angola - não for do MPLA é considerado criminoso até prova em contrário. Que o digam, entre outros, Francisco Luemba ou Raúl Tati.

Segundo Ana Gomes (numa posição minoritária dentro do seu partido, o PS) a solução em Cabinda “não passa certamente pela repressão cega e brutal contra activistas cabindas, como a que se verificou com o padre Raul Tati”.

“Estes homens foram presos, simplesmente, por expressarem pacificamente a sua opinião sobre Cabinda, e as autoridades estão a aproveitar-se do ataque para reprimir os defensores dos direitos humanos”, declarou em tempos Muluka-Anne Miti, investigadora da Amnistia Internacional para Angola.

Os cabindas são, relembre-se, o único povo do planeta a quem é negado, sistemática e terminantemente, a compreensão, a amizade e a solidariedade. O único povo cujos mais elementares direitos são espezinhados. O único que, contra o direito e a a sua própria vontade, é empurrado para soluções extremas, como se o objectivo fosse arranjar um pretexto para eliminar os cabindas da face da terra.

*Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.
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