ANTÓNIO MARTINS – OUTRAS PALAVRAS – 15 março 2011
Mesa-redonda nesta quarta-feira (16/3), na USP, estimulará debate que não pode excluir a sociedade
O programa brasileiro de energia atômica, que foi relançado no ano passado e prevê a construção de cinco novas usinas até 2030, deve ser mantido? Um evento programado pela Universidade de São Paulo, em 16 de março, pode ajudar a incluir, no debate sobre o tema, um ator até agora ausente: a sociedade brasileira.
Trata-se de uma mesa redonda organizada, na Faculdade de Economia e Administração (FEA), pelo professor José Eli da Veiga. Começa às 15h, e terá transmissão via internet. Marcará o lançamento de uma nova obra sobre o tema. Em Energia Nuclear: do anátema ao debate, dialogam cientistas como o físico José Goldenberg e o engenheiro Leonan do Santos Guimarães, da Eletrobrás Nuclear.
Como deixa claro o título da obra, não se trata de diálogo baseado em fundamentalismos. Eli da Veiga acha que a sociedade deve pesar, de modo sereno, os prós e contras de recorrer ao nuclear. Leonan Guimarães, por exemplo, comparece com um artigo em que sustenta: como todas as economias diversificadas, a brasileira terá de recorrer a múltiplas formas de energia, inclusive a proveniente do átomo. Goldenberg, porém, pergunta: será o caso, num país com nossas características físicas e geográficas? Não valeria mais a pena desenvolver o potencial hidrelétrico (que ainda não se esgotou) e, em especial, recorrer a fontes inteiramente limpas, como a eólica?
Durante anos, o debate sobre Energia foi pouco estimulante no Brasil. Tanto a economia quanto os investimentos públicos estavam estagnados. O quadro mudou — inclusive com forte aumento do consumo de eletricidade entre as maiorias que quase não a empregavam. A construção de novas usinas parece inevitável.
Mas a sociedade tem o direito de decidir algumas questões centrais. Não é possível reduzir o consumo médio, desestimulando atividades como indústrias muito dependentes de energia (e pouco geradoras de emprego) — ou impondo tarifas maiores aos grandes consumidores individuais? De que fontes virá o aumento de geração elétrica que, ao final, for necessário? Com que custos ambientais e consequências sociais?
Como forma de estimular este debate, a mesa-redonda de amanhã é mais que benvinda.
*Nota: A mesa-redonda decorre hoje, 16.
Mesa-redonda nesta quarta-feira (16/3), na USP, estimulará debate que não pode excluir a sociedade
O programa brasileiro de energia atômica, que foi relançado no ano passado e prevê a construção de cinco novas usinas até 2030, deve ser mantido? Um evento programado pela Universidade de São Paulo, em 16 de março, pode ajudar a incluir, no debate sobre o tema, um ator até agora ausente: a sociedade brasileira.
Trata-se de uma mesa redonda organizada, na Faculdade de Economia e Administração (FEA), pelo professor José Eli da Veiga. Começa às 15h, e terá transmissão via internet. Marcará o lançamento de uma nova obra sobre o tema. Em Energia Nuclear: do anátema ao debate, dialogam cientistas como o físico José Goldenberg e o engenheiro Leonan do Santos Guimarães, da Eletrobrás Nuclear.
Como deixa claro o título da obra, não se trata de diálogo baseado em fundamentalismos. Eli da Veiga acha que a sociedade deve pesar, de modo sereno, os prós e contras de recorrer ao nuclear. Leonan Guimarães, por exemplo, comparece com um artigo em que sustenta: como todas as economias diversificadas, a brasileira terá de recorrer a múltiplas formas de energia, inclusive a proveniente do átomo. Goldenberg, porém, pergunta: será o caso, num país com nossas características físicas e geográficas? Não valeria mais a pena desenvolver o potencial hidrelétrico (que ainda não se esgotou) e, em especial, recorrer a fontes inteiramente limpas, como a eólica?
Durante anos, o debate sobre Energia foi pouco estimulante no Brasil. Tanto a economia quanto os investimentos públicos estavam estagnados. O quadro mudou — inclusive com forte aumento do consumo de eletricidade entre as maiorias que quase não a empregavam. A construção de novas usinas parece inevitável.
Mas a sociedade tem o direito de decidir algumas questões centrais. Não é possível reduzir o consumo médio, desestimulando atividades como indústrias muito dependentes de energia (e pouco geradoras de emprego) — ou impondo tarifas maiores aos grandes consumidores individuais? De que fontes virá o aumento de geração elétrica que, ao final, for necessário? Com que custos ambientais e consequências sociais?
Como forma de estimular este debate, a mesa-redonda de amanhã é mais que benvinda.
*Nota: A mesa-redonda decorre hoje, 16.
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