segunda-feira, 14 de março de 2011

Dono de Angola (Eduardo dos Santos) já assinou a certidão de óbito...

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Kalamata Numa

... de Kamalata Numa
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ORLANDO CASTRO*, jornalista – ALTO HAMA

O dono de Angola, José Eduardo dos Santos, deu instruções ao presidente da Assembleia Naciobal, Paulo Kassoma, para meter na linha (quando for para o meter num caixão será outro a receber a ordem) o deputado da UNITA, Abílio Kamalata Numa.

Kamalata Numa, que também é secretário-geral da UNITA, vai ser ouvido pela Comissão Parlamentar de Ética e Decoro para explicar, muito bem explicadinho, o que o levou a fazer uma greve de fome no Bailundo, província do Huambo, em solidariedade com um militante do seu partido, António Kaputo, que teve problemas com um Soba que o proibiu colocar bandeiras da UNITA numa aldeia.

Tudo leva a crer que, num país de amplas liberdades e de democracia estabilizada, como é o caso de Angola, Numa terá cometido um crime contra a segurança do Estado e contra a honorabilidade das instituições.

Como é habitual, o dono do país já deverá ter lavrada a sentença, sendo a audição apenas uma formalidade. É que, em Angola, até prova em contrário todos são culpados.

Kamalata Numa, que me parece ter bebido alguns dos ensinamentos patrióticos do Mais Velho, também chamou (o que num país que tem dono é ainda um crime mais gave) ditador ao democrata presidente Eduardo dos Santos.

Ora, convenhamos, chamar ditador a alguém que – para além de ser dono do país – é presidente da República há 32 anos sem nunca ter sido eleito, é algo que não passa pela cabeça de ninguém.

Há quem diga, com toda a propriedade, que por “ não ficar bem voltar a matar um deputado (Caso Mfulumpinga), então retira-se o mandato, ele deixa de ter imunidades, deixa de ter escolta e assim é mais fácil eliminá-lo”.

Se calhar é isso mesmo que vai acontecer. Creio, aliás, que mesmo continuando a ser deputado (o que para o dono do país nada significa), Numa vai um dias destes ter um acidente qualquer e, se calhar devido ao rebentamento de um pneu, chocar com uma bala perdida.

Por alguma razão, em Abril do ano passado, a viatura de Kamalata Numa foi alvejada perto de uma aldeia no Município do Bailundo. É claro que tal aconteceu porque os caçadores que andavam na região confundiram a viatura com uma palanca...

*Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.
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