ORLANDO CASTRO*, jornalista – ALTO HAMA
O regime angolano, com a total cobertura da comunidade internacional, a começar pela CPLP (a que Luanda preside) e terminando na União Africana (presidida pelo regime “democrático” da Guiné-Equatorial), não quer ouvir o que o povo pensa. E, para isso, acena sistematicamente com o espectro de uma coisa que ninguém quer: a guerra.
Não adianta perguntar a Luanda durante quantas mais décadas vai utilizar a fantasma da guerra para, de uma forma cruel, calar a revolta popular.
O povo tem fome? Atenção à guerra. O Povo não tem assistência médica? Atenção à guerra. O Povo nem tem empregos? Atenção à guerra. O Povo não tem casas? Atenção à guerra. O Povo... Atenção à guerra.
É evidente que a comunidade internacional só está mal informada porque quer, ou porque têm interesses, eventualmente legítimos, mas pouco ortodoxos e muito menos humanitários.
Em Portugal, por exemplo, custa a crer mas é verdade que os políticos, os empresários e os (supostos) jornalistas (há, é claro, excepções) fazem um esforço tremendo (se calhar bem remunerado) para procurar legitimar o que se passa de mais errado com as autoridades angolanas, as tais que estão no poder desde 1975 e que têm um presidente da República há 32 anos no poder sem nunca ter sido eleito.
Alguém quer saber que 68% da população angolana é afectada pela pobreza, que a taxa de mortalidade infantil é a terceira mais alta do mundo, com 250 mortes por cada 1.000 crianças? Não, ninguém quer saber.
Alguém quer saber que apenas 38% da população tem acesso a água potável e somente 44% dispõe de saneamento básico?
Alguém quer saber que apenas um quarto da população angolana tem acesso a serviços de saúde, que, na maior parte dos casos, são de fraca qualidade?
Alguém quer saber que 12% dos hospitais, 11% dos centros de saúde e 85% dos postos de saúde existentes no país apresentam problemas ao nível das instalações, de falta de pessoal e de carência de medicamentos?
Alguém quer saber que a taxa de analfabetos é bastante elevada, especialmente entre as mulheres, uma situação é agravada pelo grande número de crianças e jovens que todos os anos ficam fora do sistema de ensino?
Alguém quer saber que 45% das crianças angolanas sofrem de má nutrição crónica, sendo que uma em cada quatro (25%) morre antes de atingir os cinco anos?
Alguém quer saber que a dependência sócio-económica a favores, privilégios e bens, ou seja, o cabritismo, é o método utilizado pelo MPLA para amordaçar os angolanos?
Alguém quer saber que 80% do Produto Interno Bruto angolano é produzido por estrangeiros; que mais de 90% da riqueza nacional privada é subtraída do erário público e está concentrada em menos de 0,5% de uma população; que 70% das exportações angolanas de petróleo tem origem na sua colónia de Cabinda?
Alguém quer saber que o acesso à boa educação, aos condomínios, ao capital accionista dos bancos e das seguradoras, aos grandes negócios, às licitações dos blocos petrolíferos, está limitado a um grupo muito restrito de famílias ligadas ao regime no poder?
Não. O silêncio (ou cobardia) são de ouro para todos aqueles que existem para se servir e não para servir. E quando não têm justificação para tamanha cobardia, lá aparecem a dizer: atenção à guerra.
*Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.
**Ler também (mais em baixo) outros títulos relacionados com Angola.
O regime angolano, com a total cobertura da comunidade internacional, a começar pela CPLP (a que Luanda preside) e terminando na União Africana (presidida pelo regime “democrático” da Guiné-Equatorial), não quer ouvir o que o povo pensa. E, para isso, acena sistematicamente com o espectro de uma coisa que ninguém quer: a guerra.
Não adianta perguntar a Luanda durante quantas mais décadas vai utilizar a fantasma da guerra para, de uma forma cruel, calar a revolta popular.
O povo tem fome? Atenção à guerra. O Povo não tem assistência médica? Atenção à guerra. O Povo nem tem empregos? Atenção à guerra. O Povo não tem casas? Atenção à guerra. O Povo... Atenção à guerra.
É evidente que a comunidade internacional só está mal informada porque quer, ou porque têm interesses, eventualmente legítimos, mas pouco ortodoxos e muito menos humanitários.
Em Portugal, por exemplo, custa a crer mas é verdade que os políticos, os empresários e os (supostos) jornalistas (há, é claro, excepções) fazem um esforço tremendo (se calhar bem remunerado) para procurar legitimar o que se passa de mais errado com as autoridades angolanas, as tais que estão no poder desde 1975 e que têm um presidente da República há 32 anos no poder sem nunca ter sido eleito.
Alguém quer saber que 68% da população angolana é afectada pela pobreza, que a taxa de mortalidade infantil é a terceira mais alta do mundo, com 250 mortes por cada 1.000 crianças? Não, ninguém quer saber.
Alguém quer saber que apenas 38% da população tem acesso a água potável e somente 44% dispõe de saneamento básico?
Alguém quer saber que apenas um quarto da população angolana tem acesso a serviços de saúde, que, na maior parte dos casos, são de fraca qualidade?
Alguém quer saber que 12% dos hospitais, 11% dos centros de saúde e 85% dos postos de saúde existentes no país apresentam problemas ao nível das instalações, de falta de pessoal e de carência de medicamentos?
Alguém quer saber que a taxa de analfabetos é bastante elevada, especialmente entre as mulheres, uma situação é agravada pelo grande número de crianças e jovens que todos os anos ficam fora do sistema de ensino?
Alguém quer saber que 45% das crianças angolanas sofrem de má nutrição crónica, sendo que uma em cada quatro (25%) morre antes de atingir os cinco anos?
Alguém quer saber que a dependência sócio-económica a favores, privilégios e bens, ou seja, o cabritismo, é o método utilizado pelo MPLA para amordaçar os angolanos?
Alguém quer saber que 80% do Produto Interno Bruto angolano é produzido por estrangeiros; que mais de 90% da riqueza nacional privada é subtraída do erário público e está concentrada em menos de 0,5% de uma população; que 70% das exportações angolanas de petróleo tem origem na sua colónia de Cabinda?
Alguém quer saber que o acesso à boa educação, aos condomínios, ao capital accionista dos bancos e das seguradoras, aos grandes negócios, às licitações dos blocos petrolíferos, está limitado a um grupo muito restrito de famílias ligadas ao regime no poder?
Não. O silêncio (ou cobardia) são de ouro para todos aqueles que existem para se servir e não para servir. E quando não têm justificação para tamanha cobardia, lá aparecem a dizer: atenção à guerra.
*Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.
**Ler também (mais em baixo) outros títulos relacionados com Angola.
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