sábado, 26 de março de 2011

Jordânia: Oposição pede saída do PM após violência de sexta-feira

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PAL – LUSA

Amã, 26 mar (Lusa) - O grupo dos 'jovens de 24 de março' e os islamitas jordanos apelaram hoje à saída do primeiro-ministro, Maaruf Bakhit, após a violência da véspera que causou um morto e mais de 130 feridos.

"O governo deve demitir-se ou ser demitido, um governo que faz derramar o sangue dos seus cidadãos perde a sua legitimidade", afirmou numa conferência de imprensa em Amã o xeque Hamzeh Mansur, líder da Frente de Ação Islâmica (FAI), braço político da Irmandade Muçulmana.

"O movimento islamita é conhecido pela sua moderação e o seu envolvimento nas questões nacionais e é por isso que estamos espantados com as declarações do primeiro-ministro que levantou dúvidas sobre as nossas intenções", adiantou.

O chefe do governo acusou na sexta-feira a Irmandade Muçulmana da Jordânia de "receber instruções dos dirigentes da Irmandade Muçulmana do Egipto e da Síria".

O rei Abdallah II demitiu a 01 de fevereiro o governo de Samir Rifai e encarregou Bakhit de realizar reformas. Este e o seu governo obtiveram a 03 de fevereiro a confiança do Parlamento numa votação cerrada.

O grupo dos "jovens de 24 de março", cujo acampamento no centro de Amã foi na sexta-feira desmontado pela polícia após confrontos, pediu hoje que o primeiro-ministro jordano e os responsáveis pela segurança sejam demitidos e julgados pela sua responsabilidade na violência.

"Pedimos que sejam demitidos o primeiro-ministro, o chefe dos serviços de informação, o chefe da polícia e os seus adjuntos, e que sejam julgados", afirmou numa conferência de imprensa um dos representantes do grupo, Firas Mahaddine.

"Chegamos a um ponto de não retorno (...) vamos estudar formas de continuar o nosso protesto até à obtenção das nossas reivindicações", adiantou.

A polícia desmontou na sexta-feira o acampamento montado por elementos do grupo, que integra diversas tendências incluindo islamitas, depois de o mesmo ter sido atacado por um grupo de apoiantes do poder. Os confrontos e a intervenção da polícia resultaram na morte de uma pessoa e em ferimentos em outras 130.
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