JORNAL DE NOTÍCIAS – 10 março 2011
O coordenador do Bloco de Esquerda acusou na quarta-feira à noite o Presidente da República de se ter declarado como "o líder da direita", ao defender propostas que não foram discutidas na campanha presidencial, e disse existirem "dois Cavacos Silva".
Francisco Louçã falava num comício em Lisboa, poucas horas após a cerimónia de posse de Cavaco Silva para um segundo mandato em Belém, numa "quarta-feira de cinzas que está a terminar".
Na véspera da apresentação da moção de censura do BE ao Governo no Parlamento, Francisco Louçã atacou o que disse serem as propostas políticas que Cavaco Silva defendeu no seu discurso no Parlamento, como as privatizações e a redução do investimento público, e que, sublinhou, "não foram as que trouxe à campanha eleitoral".
"Há dois 'Cavacos Silva': o que fez a campanha para conseguir, à justa, passar a barreira dos 50 por cento, com um discurso de consenso e de passividade, e aquele que hoje, terminada essa campanha e feito o rabisco no livro de atas da tomada de posse dos presidentes, já fala como o líder político da direita e com as propostas políticas da direita que não sufragou, que não submeteu ao debate e que não trouxe à opinião pública", sublinhou.
O líder bloquista reconheceu que nunca um Presidente tinha feito "um discurso tão violento em relação à maioria a governar e à situação do país".
Cavaco Silva, disse, fez "um inventário de números que retratam a situação económica do país".
"Chegou a ser comovente ver os ex-governantes do PS e do PSD, incluídos na década perdida do crescimento medíocre do PIB [Produto Interno Bruto, que define a riqueza de um país], a aplaudirem entusiasmadamente o Presidente, que os estava a castigar naquela enumeração", afirmou.
Para o BE, o Presidente teve momentos de "autocrítica" no seu discurso.
"O Presidente Cavaco Silva de 2011 vem agora dizer ao primeiro-ministro Cavaco Silva de 1985 a 1995 que não convém nada à República que haja conúbio entre os interesses económicos e os interesses políticos. Se se tivesse lembrado disso na nomeação do Conselho de Estado, não teríamos tido o escândalo do BPN numa das mais altas instituições do país", disse Louçã, numa alusão a Dias Loureiro.
"O discurso sobre o sobressalto cívico dos jovens é, na boca de Cavaco Silva, a ideia de que o jovem que pode triunfar é o empresário, aquele que contrata, o que tem a força do poder", referiu ainda, acrescentando que os jovens trabalhadores precários "sabem que não há Estado a mais e direitos a mais".
Sobre este "sobressalto cívico", Francisco Louçã recusou a ideia de que o Presidente da República queira incentivar a manifestação Geração à Rasca, marcada para sábado.
"O Presidente da República é dos homens que estiveram à frente de um governo que melhor se lembra do que eram as manifestações dos estudantes, quando aplicou as propinas. Sua Excelência não quer repetir a luta porque sabe que quando os jovens vêm para a rua, então os governos tremem. E no seu governo lembra-se que caíram vários ministros da Educação pela luta dos jovens", apontou.
O coordenador do Bloco de Esquerda acusou na quarta-feira à noite o Presidente da República de se ter declarado como "o líder da direita", ao defender propostas que não foram discutidas na campanha presidencial, e disse existirem "dois Cavacos Silva".
Francisco Louçã falava num comício em Lisboa, poucas horas após a cerimónia de posse de Cavaco Silva para um segundo mandato em Belém, numa "quarta-feira de cinzas que está a terminar".
Na véspera da apresentação da moção de censura do BE ao Governo no Parlamento, Francisco Louçã atacou o que disse serem as propostas políticas que Cavaco Silva defendeu no seu discurso no Parlamento, como as privatizações e a redução do investimento público, e que, sublinhou, "não foram as que trouxe à campanha eleitoral".
"Há dois 'Cavacos Silva': o que fez a campanha para conseguir, à justa, passar a barreira dos 50 por cento, com um discurso de consenso e de passividade, e aquele que hoje, terminada essa campanha e feito o rabisco no livro de atas da tomada de posse dos presidentes, já fala como o líder político da direita e com as propostas políticas da direita que não sufragou, que não submeteu ao debate e que não trouxe à opinião pública", sublinhou.
O líder bloquista reconheceu que nunca um Presidente tinha feito "um discurso tão violento em relação à maioria a governar e à situação do país".
Cavaco Silva, disse, fez "um inventário de números que retratam a situação económica do país".
"Chegou a ser comovente ver os ex-governantes do PS e do PSD, incluídos na década perdida do crescimento medíocre do PIB [Produto Interno Bruto, que define a riqueza de um país], a aplaudirem entusiasmadamente o Presidente, que os estava a castigar naquela enumeração", afirmou.
Para o BE, o Presidente teve momentos de "autocrítica" no seu discurso.
"O Presidente Cavaco Silva de 2011 vem agora dizer ao primeiro-ministro Cavaco Silva de 1985 a 1995 que não convém nada à República que haja conúbio entre os interesses económicos e os interesses políticos. Se se tivesse lembrado disso na nomeação do Conselho de Estado, não teríamos tido o escândalo do BPN numa das mais altas instituições do país", disse Louçã, numa alusão a Dias Loureiro.
"O discurso sobre o sobressalto cívico dos jovens é, na boca de Cavaco Silva, a ideia de que o jovem que pode triunfar é o empresário, aquele que contrata, o que tem a força do poder", referiu ainda, acrescentando que os jovens trabalhadores precários "sabem que não há Estado a mais e direitos a mais".
Sobre este "sobressalto cívico", Francisco Louçã recusou a ideia de que o Presidente da República queira incentivar a manifestação Geração à Rasca, marcada para sábado.
"O Presidente da República é dos homens que estiveram à frente de um governo que melhor se lembra do que eram as manifestações dos estudantes, quando aplicou as propinas. Sua Excelência não quer repetir a luta porque sabe que quando os jovens vêm para a rua, então os governos tremem. E no seu governo lembra-se que caíram vários ministros da Educação pela luta dos jovens", apontou.
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