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domingo, 13 de março de 2011

OS RASCAS, ALDRABÕES E CORRUPTOS “MEXERAM” COM OS À RASCA

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ANTÓNIO VERÍSSIMO – PÁGINA LUSÓFONA

É POSSÍVEL “LIMPAR” PORTUGAL
DOS POLÍTICOS PARASITAS, BASTA QUERERMOS

O Facebook, uma vez mais, proporcionou que um povo em uníssono dissesse basta!

Inédito em Portugal mas já experimentado por outros povos de países do mundo que é possível as populações agregarem-se para exercerem os seus direitos de cidadania e se insurgirem democrática e pacificamente contra a classe política que os subjuga e esbanja recursos que são de todos em proveito próprio e das cliques mafiosas em que se apoiam, regra geral partidos políticos e corporações de várias índoles com que estão em conluio.

Os portugueses, na ordem de talvez mais de 300 mil, manifestaram-se por várias cidades do país contra os políticos que nos têm vindo a pôr à rasca. Não só à juventude, não só aos licenciados desempregados ou com empregos precários mas a todos, que são a vasta maioria deste país, o povo.

Nas manifestações em Portugal, hoje, vimos portugueses de todas a faixas etárias dizer basta aos abusos de uma classe política que mais não tem feito que desbaratar desde há décadas os nossos esforços quotidianos por uma vida melhor, por mais e melhor democracia, por justiça, por reconhecimento dos seus esforços e da mais-valia que produz para regalo de uns quantos. De empresários, agiotas e políticos sem escrúpulos.

A manifestação de hoje não deveria ser denominada Geração à Rasca mas sim Gerações à Rasca. Tal foi a adesão das faixas etárias mais idosas à manifestação de protesto.

Não há partidos políticos nem os que os integram que não tenham responsabilidades na devastação que ao longo de mais de duas décadas temos assistido em Portugal. Não está isento Cavaco Silva nem José Sócrates, não está isento Coelho nem Portas, não está isento Jerónimo nem Louçã. Uns com mais responsabilidades que outros, muitas mais, mas a verdade é que as oposições têm estado acomodadas aos governos do PS-PSD-CDS, que nos roubam à tripa-forra as possibilidades de vivermos com dignidade e de acordo com os preceitos constitucionais. Com direito ao emprego, à saúde, à habitação, à educação, à alimentação e satisfação de todas as necessidades básicas que devíamos de usufruir e não usufruímos, cada vez mais temos vindo a ser privados desses direitos. A razão também tem causas diretas nos autênticos roubos ao erário público que os partidos políticos vão efetuando ao engrossarem a função pública e similares com militantes e simpatizantes seus, sem tomar em consideração que por uso e abuso desses políticos e desses partidos é o país que está a ser depauperado com as clientelas partidárias que vão alternando e cada vez mais criando mais despesa, mais encargos. Encargos desnecessários. Basta!

Como se não bastasse, os encargos com os ordenados dos políticos, as alcavalas, as mordomias, a falta de rigor, a falta de escrúpulos, o recrutamento partidário de multidões de assessores, etc., ainda mais depauperam os cofres do Estado. E Estado somos nós, pois que somos quem paga impostos que não são convenientemente geridos e administrados. Esta é uma prática de ladrões, de conluios, de corrupção, de parasitarismo. Impossível manter o respeito por esta escumalha oportunista e desprovida de honestidade ou vergonha.

A Assembleia da República tem de “emagrecer” no número de deputados. Os ordenados têm de ser visivelmente reduzidos. As alcavalas, os subsídios relevantes e indecorosos têm de ser eliminados. As despesas de milhões com viaturas e demais alegados equipamentos “imprescindíveis”, viagens, etc., não podem continuar a ocorrer deste modo, muito menos sem uma fiscalização rigorosa independente e fiável. O orçamento da AR deve ser reduzido em mais de 40 por cento nessas rubricas. Seria possível, se existisse uma réstia de dignidade dentro destes políticos. Como não há só temos de exigir que saiam e colocar lá outros que se disponham a mudar as regras e a ser honestos para com o país. É que naquela “casa” parece haver um cofre sem fundo. Todos os milhões que lá caem desaparecem e aquilo que produz é uma lástima. Como diz o povo: “Vão mamar nas tetas de outra vaca que a esta já lhe secaram o leite.” Estamos fartos!

Dos ministros, do governo… Está tudo dito. Especialmente os da atualidade são uma cambada de aldrabões, no topo Sócrates. Os maus exemplos de cima refletem-se por toda a parte. Nada mais a adiantar. Todos sabemos o que aquela “casa de Sócrates” representa. Desgraça, desgraça, desgraça.

O órgão Presidência da República não está completamente isento na desbunda. O senhor Cavaco pode fazer muito mais e melhores economias. Ele que não dê beberetes, comes e bebes a tantos à nossa conta. Cerca de um milhar foi comer à nossa conta na posse ainda há dias. É que enquanto ele faz isso no Palácio de Belém, há portugueses a passar fome. Façam as cerimónias pomposas mas baratas e depois os convidados que vão comer à sua própria conta à tasca de Belém, ao Gambrinos ou a casa deles. Ou que experimentem não comer para verem o que custa a tantos do povo. De penduras e papa-banquetes estamos fartos. O PR, mesmo apesar de eleito minoritário, já que é PR, deve de refazer também os gastarios daquela instituição, a Presidência da República.

As autarquias idem, tudo e todos que têm estado mal habituados deve levar uma grande e inequívoca volta. Uma revolução no parasitarismo que representam as despesas e os “golpes” de milhares de oportunistas, incluindo funcionários públicos, regra geral em chefias e direções. Desemprego não, mas contenção nas despesas sim. E eficiência. Sem eficiência na função pública e em tudo que é correlacionado com os serviços públicos suportados por todos nós este país vai para a fossa. Isso significa que quem se lixa é o mexilhão. Primeiro. Depois aqueles que são a classe média. Aliás, essa já está a sentir muito os efeitos de toda a rebaldaria que os Cavacos, os Guterres, os Barrosos e os Sócrates implantaram por conveniências próprias, de classe e partidárias.

Assim não, Portugal precisa de uma revolução. Fazer revoluções pacíficas e floridas é connosco. Hoje, na manifestação das “Gerações à Rasca “ foi demonstrado que é possível “limpar” Portugal dos políticos parasitas. Mãos-à-obra!

A juventude não tem idade. Viva a juventude!
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