DIÁRIO DE NOTÍCIAS – 01 abril 2011
O presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) diz-se "humilhado" pela forma como o país está a ser tratado pelo exterior, admitindo que o maior problema "já não é o FMI" mas a "imagem" lá fora.
"A vinda do FMI já não é o problema mais complicado que temos, mas a imagem que estamos a dar, de um país inconsistente, sem Parlamento, sem Governo, com declarações contraditórias. Um país que não se governa nem deixa governar, como alguém disse", apontou Basílio Horta. O presidente da AICEP admite que "esta imagem prejudica-nos muito" na hora de "vender" o país aos investidores estrangeiros.
E leva o descontentamento ainda mais longe: "Para pessoas da minha geração há um aspecto mais sensível que é a dignidade nacional. Senti-me um bocado humilhado quando vi uma líder de um pais estrangeiro [Angela Merkel], por muito respeito que se tenha pela pessoa, a dizer 'entendam-se lá, digam que PEC querem apresentar' ".
Basílio Horta acrescenta que "num país com 900 anos de história" este tipo de declarações, como as da líder alemã, "as pessoas sentem-se um pouco desconfortáveis". "Com franqueza devo confessar que me sinto até um pouco humilhado com isto", disse ainda.
Confessa, ainda assim, a preocupação com "a imagem que o país passa para o exterior", numa altura em que a AICEP "tenta" vender Portugal aos investidores estrangeiros. Daí que um eventual pedido de apoio ao FMI não seja visto com bons olhos. "Será um pais que não consegue resolver sozinho os seus problemas e necessita de auxílio exterior para tratar aquilo que naturalmente seria feito pelas instituições nacionais", lamentou.
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