sexta-feira, 8 de abril de 2011

Cabo Verde: Crise em Portugal condiciona projetos de desenvolvimento - PM

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CLI - LUSA

Cidade da Praia, 08 abr (Lusa) -- O primeiro-ministro de Cabo Verde reconheceu que a crise que afeta Portugal, e que já levou o país a pedir ajuda internacional, vai condicionar os projetos no arquipélago, que dependem de linhas de crédito portuguesas.

Questionado na quinta-feira pelos jornalistas, José Maria Neves admitiu este cenário explicando que as linhas de crédito poderão continuar a funcionar (já que os montantes são empréstimos de bancos portugueses), desde que o Tesouro português continue a assegurar a bonificação dos juros.

"Temos linhas de crédito com Portugal, mas que são negociadas com o Governo e com os bancos. O Governo português bonifica os juros e permite que Cabo Verde tenha acesso a empréstimos nas instituições portuguesas a juros concecionais", lembrou o chefe do Executivo cabo-verdiano.

"Esperamos que, apesar da situação difícil em Portugal, o Tesouro português continue a garantir a bonificação dos juros, para que possamos continuar a beneficiar das linhas de crédito junto dos bancos portugueses", disse.

Em relação à linha de crédito para a construção das barragens, José Maria Neves assegurou que os desembolsos já foram feitos quase na totalidade.

Já o programa de habitação a custo controlado, o "Casa Para Todos", que beneficia de uma linha de crédito no valor de 200 milhões de euros, o chefe do Governo cabo-verdiano afirmou que pode haver redução do montante.

"O «Casa para Todos» é um projeto de cinco anos. Neste momento, temos cerca de 200 milhões a serem desembolsados em cinco anos e teremos de analisar as consequências, designadamente a possibilidade de se reduzir ou não essa linha de crédito. Espero que não venha a afetar a execução a global deste programa", referiu.

José Maria Neves disse ainda que a crise internacional, aliada aos desastres naturais, podem condicionar também outros projetos, nomeadamente os investimentos financiados pelo Japão.

"É claro que há a situação de crise internacional. Mas há outros desastres naturais que têm condicionado o desenvolvimento de alguns projetos. Temos inclusive de adiar a implementação de alguns deles que, por exemplo, estão dependentes de desembolsos do Japão que não vamos ter nos próximos meses. Mas todos os projetos no domínio da infraestruturas vão ser continuados", garantiu.

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