ANGOLA 24 HORAS – 02 abril 2011
A Renascença conseguiu apurar junto de Dionísio Carbono, um dos organizadores da manifestação de hoje, que até ao momento não houve qualquer tipo de confrontos com a polícia.
O jovem estudante diz que ecoam gritos de protesto contra Isabel Santos, filha do Presidente angolano.
Cadi Massinge, outro dos organizadores da manifestação, diz que alguns dos manifestantes estão muito emocionados. Acredita que a adesão a esta manifestação foi condicionada pelo medo que os angolanos têm de falar. A liberdade de expressão é uma das reivindicações dos manifestantes.
Entre as muitas palavras de ordem e cantos de protesto que ainda se entoam neste momento no Largo da Independência, destacam-se duas reivindicações concretas que estão a ser dirigidas ao Governo: “Insistimos na imediata libertação do jornalista Armando Chicoca e na ilegalização da Lei das Tecnologias da Informação e Comunicações (TIC), que é claramente uma violação da privacidade e dos nossos direitos fundamentais“.
Neste momento decorre ainda com tranquilidade a manifestação. A Central 7311 falou com Luaty Beirão (Brigadeiro Matafrakuxz), um dos promotores desta iniciativa. A manifestação que começou às 13:00 continua a atrair pessoas apesar do calor. Entre 200 a 250 pessoas estarão nesta altura no Largo da Independência.
Luaty afirma que esse número, “a partir de 18 pessoas, já supera as expectativas. Claro que havia a esperança de que estivesse a abarrotar. Mas tem gente, cada um com uma actividade, com panfletos, gritos de ordem, há muito movimento na praça. Vai sair a ganhar a imagem do regime, que parece que permite que os descontentes se exprimam e mostram através das imagens da TPA que ainda somos poucos, muito menos que os da marcha pela paz. Aparentemente continuamos a ser os tais 20%. Mas o ambiente aqui na Praça da Independência está bonito, apesar de modesto.”
Ainda que entre os manifestantes estejam membros de alguns partidos como o Bloco Democrático ou a Juventude da UNITA, não estão a ser usados quaisquer símbolos partidários. “Nenhum se pronunciou, estão a marcar presença como cidadãos do país. Também são angolanos e também querem mudança“, explicou Luaty.
Quanto à actuação da Polícia Nacional, Luaty comenta que “está a ser exemplar“. “Quando chegamos fomos lá falar, quisemos entregar-lhes a carta mas disseram que não era preciso, que podíamos fazer o nosso trabalho, ninguém ia interferir“. Um dos slogans que foram cantados mesmo em frente ao pequeno grupo de polícias foi “Policia está mal paga, ZéDú come bem“.
Renascença / WWW.centralangola7311.net
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