domingo, 1 de agosto de 2010

CAVACO SILVA – O ANTI 25 DE ABRIL DE 1974


PR acusado de "omitir factos" sobre morte de Almeida e Costa e Rosa Coutinho

SIC – LUSA

A Associação 25 de Abril acusou o Presidente da República de "omitir factos" sobre a revolução de 1975 nos comunicados emitidos aquando da morte do almirante Rosa Coutinho, em junho, e de Almeida e Costa, no passado domingo.

"Lamentavelmente, para o Presidente da República não é de destacar o cargo de conselheiro da Revolução, que Almeida e Costa desempenhou entre novembro de 1975 e outubro de 1982, pois aí se manteve até ao fim, apesar de entretanto ter sido nomeado governador de Macau", refere em comunicado o presidente da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço.

Depois da mensagem de condolências enviada por Cavaco Silva na sequência da morte do almirante Vasco Almeida e Costa no passado fim de semana, a Associação 25 de Abril questionou a ausência de referência por parte do Presidente da República de cargos desempenhados pelo almirante.

"Que razões levarão o mais alto representante da Nação a omitir factos tão relevantes na história recente do nosso país?", lê-se.

O antigo capitão de Abril sublinhou que Cavaco Silva "não realçou o cargo de diretor do STAPE (Secretariado Técnico para os Assuntos do Processo Eleitoral), onde Almeida e Costa foi diretamente responsável pela organização do processo eleitoral da Assembleia Constituinte".

Vasco Lourenço diz ainda que "esta omissão não é inédita, pois no recente falecimento do almirante Rosa Coutinho, por sinal também ele governador de uma antiga colónia, nem sequer houve lugar a qualquer tomada de posição pública".

"Por nós, lutaremos sempre contra a deturpação dessa nossa história, não permitindo que a reescrevam como se o 25 de Abril não fosse necessário para derrubar a ditadura e implantar a democracia em Portugal", afirma.

A agência Lusa tentou contactar a Presidência da República mas tal não foi possível até ao momento.

O almirante Vasco Almeida e Costa faleceu no passado domingo no Hospital da CUF, em Lisboa, aos 78 anos.

Ministro da Administração Interna durante o governo de Pinheiro de Azevedo, entre setembro de 1975 e julho de 1976, Almeida e Costa foi ainda primeiro ministro interino e governador de Macau entre 1981 e 1986.

(Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico)