quinta-feira, 30 de setembro de 2010

ONU - O MUNDO RECLAMA SOLUÇÕES

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PRENSA LATINA – 30 setembro 2010

Nações Unidas, 30 set (Prensa Latina) - Nações Unidas retoma hoje seu ritmo habitual depois de 10 dias de reuniões ao mais alto nível, discursos presidenciais, discussões sobre candentes temas internacionais e uma infinidade de contatos bilaterais.

A intensa atividade começou no passado 20 de setembro com uma cúpula dedicada a analisar a marcha para os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, a qual concluiu com sérias dúvidas em torno do avanço dessas metas em 2015, a data acordada para serem atingidas.

O debate geral anual da Assembleia da ONU foi aberto no dia 23 pelo chanceler do Brasil, Celso Amorim, que desde o princípio lançou uma forte condenação, em nome da América Latina e do Caribe, contra o bloqueio dos Estados Unidos contra Cuba.

Essa denúncia foi secundada ao longo dos cinco dias de discursos no plenário por chefes de Estado, premiês, chanceleres e ministros de cerca de 30 países.

Entre eles, além do Brasil, estiveram Malawi, a União Africana, Sri Lanka, Zimbábue, Haiti, Namíbia, Lao, Santa Luzia, Dominica, Timor Leste, Suriname, África do Sul, Espanha e Vanuatu.

Também Antigua e Barbuda, Granada, Nicarágua, Equador, Ilhas Salomão, Gambia, Zâmbia, Lesotho, Argélia, San Vicente e as Granadinas, Venezuela, Belice, Uruguai, Paraguai e Rússia.

No próximo dia 26 de outubro, a Assembleia Geral votará, pelo décimo nono ano consecutivo, uma nova resolução de repúdio ao bloqueio norte-americano contra Cuba.

No ano passado, 187 países pronunciaram-se contra a medida norte-americana, na votação mais alta registrada sobre esse assunto desde 1991, com apenas três contra (Estados Unidos, Israel e Palau) e duas abstenções (Ilhas Marshall e Micronésia).

O debate geral sessionou presidido pelo suíço Joseph Deiss e abarcou uma gama de temas que vão desde a crise econômica e financeira mundial e a luta contra o narcotráfico, o terrorismo e o crime organizado até as tragédias naturais no Haiti e no Paquistão.

A necessidade de uma reforma da ONU, em especial do Conselho de Segurança em sua integração, as categorias de membros e o direito ao veto, bem como a chamada revitalização da Assembleia Geral também foram quase uma constante nas intervenções.

A lista de problemas abordados nos discursos inclui também os casos da península coreana e o programa nuclear do Irã, as crises em Gaza, Somália, Sudão, Níger, Congo, Iraque, Guiné, Serra Leoa, Quirguistão e Afeganistão.

A mudança climática também não escapou às análises das delegações, as quais, em boa medida, expressaram pessimismo sobre a eventual obtenção de resultados reais e concretos na cúpula a se celebrar em Cancún em dezembro deste ano.

Do mesmo modo, destacaram as referências ao Oriente Médio, com ênfase no reinício das negociações diretas entre Tel Aviv e a Autoridade Nacional Palestina e a intransigência de Israel para prosseguir a construção de assentamentos de colonos israelenses na Cisjordânia.

Durante debates na Assembleia Geral registraram-se pronunciamentos favoráveis à realização de negociações em torno do programa nuclear do Irã, país alvo de novas sanções decretadas pelo Conselho de Segurança em junho passado.

A disposição à retomada de contatos foi expressada tanto pelo governo iraniano como pelo chamado grupo 5+1, integrado pelos cinco membros permanentes do Conselho (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido), mais a Alemanha.

E como clamor unânime destacou a demanda do mundo subdesenvolvido por uma nova ordem econômica e financeira internacional e para que as nações ricas cumpram com seus compromissos de ajuda oficial ao desenvolvimento.

mv/vc/es
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