terça-feira, 28 de setembro de 2010

Presidenciais Brasil - DEVER CÍVICO NO EXTERIOR

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ANTONIO TOZZI – DIRETO DA REDAÇÃO

Neste sábado, 24 de setembro, dezenas de brasileiros trocaram o descanso pelo cumprimento do dever cívico. Eles lotaram a Sala Machado de Assis do Consulado Geral do Brasil em Miami para participar de um mini treinamento sobre as eleições 2010.

Eleições não. Eleição, porque aqui no Exterior somente é possível votar em presidente da República, uma vez que os demais cargos não são colocados na cédula por uma questão óbvia: no exterior há brasileiros de todas as partes do país, portanto seria complicado confeccionar uma cédula que contemplasse candidatos de todos os estados.

Apesar da lógica, particularmente defendo pelo menos a inclusão dos cargos majoritários na cédula. Algo que, comenta-se, pode estar sendo considerado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para as próximas eleições. E também a eleição de um parlamentar que represente as comunidades de brasileiros que vivem no Exterior.

Vale notar que, a exemplo do que ocorre no Brasil, os mesários são voluntários e participam do processo eleitoral em nome do civismo. Até porque aqui não há a prerrogativa de pedir uma compensação junto ao patrão por ter trabalhado gratuitamente para a Justiça Eleitoral. Os voluntários, porém, não se queixam por estarem cientes de estarem contribuindo com o processo eleitoral.

Os procedimentos seguem as instruções do TSE, com exceção de alguns itens que não são aplicáveis àqueles que moram fora do Brasil. A eleição obedece ao mesmo horário brasileiro – iniciando às 8 horas da manhã e se encerrando às 5 horas da tarde, com os mesários cumprindo todas as determinações contidas no manual e seguindo as orientações dos responsáveis pela Justiça Eleitoral, que, no caso dos EUA, são os funcionários do Consulado.

A novidade deste ano é a exigência de o eleitor portar um documento de identificação com foto para ser apresentado junto com o título eleitoral antes de entrar na cabine de votação. Isto vem sendo veiculado com insistência para que o eleitor não perca a oportunidade de votar em seu candidato nem perder a viagem – que pode ser longa, pois a área de abrangência é bastante ampla, uma vez que a zona eleitoral de Miami congrega todo o estado da Flórida e também Porto Rico.

Os mesários precisam chegar às 7 horas da manhã ao local de votação, que, a exemplo da última eleição, será realizada em uma das dependências do Miami Dade Community College, no centro da cidade de Miami, no domingo, 03 de outubro. Esta hora de antecedência é exigida para que os mesários possam estar a postos antes da chegada dos eleitores e para cumprir os procedimentos determinados pelo TSE, a fim de garantir a lisura e a isenção da eleição.

O total de eleitores é de cerca de 10 mil na Flórida, o que pode ser considerado pequeno uma vez que se calcula existir perto de 300 mil brasileiros morando neste estado americano. Muita gente se esquece de cumprir seu dever cívico depois que se muda para o exterior. E o TSE faz campanha de conscientização veiculando mensagens através das emissoras que transmitem suas programações para os EUA e também por meio da imprensa brasileira local.

Agora, só resta esperar que tenhamos uma eleição bem tranquila e os brasileiros que vivem no Exterior sentem que ao depositar seus votos na urna eletrônica também estão contribuindo com o processo cívico brasileiro.

Como eu sei disto tudo? É simples. Sou um dos mesários voluntários!

* Foi repórter do Jornal da Tarde e do Estado de São Paulo. Vive nos Estados Unidos desde 1996, onde foi editor da CBS Telenotícias Brasil, do canal de esportes PSN, da revista Latin Trade e do jornal AcheiUSA.
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