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Pequim, 28 out (Lusa) -- Pela primeira vez nos 65 anos de história do Fundo Monetário Internacional (FMI), um dos principais lugares dentro da instituição, o de conselheiro especial do diretor, é hoje ocupado por um economista chinês, Zhu Min.
Antigo vice-governador do Banco Central da China, Zhu Min, de 58 anos, foi o segundo quadro chinês a assumir um posto de liderança numa instituição financeira internacional, depois de Justin Yifu Lin ter sido nomeado economista-chefe do Banco Mundial, há dois anos.
Zhu Min e Yifu Lin são ambos doutorados em universidades norte-americanas, mas o sucesso das suas carreiras é mais do que uma história individual.
Depois de três décadas com um crescimento médio de cerca de 10 por cento ao ano, a economia chinesa é hoje a segunda maior do mundo, a seguir aos Estado Unidos, e após a crise financeira de 2008 passou a ser considerada "um motor da recuperação global".
Pelas contas do FMI, o Produto Interno Bruto (PIB) chinês crescerá 10,5 por cento em 2010.
Embora continue a assumir-se como "um país em vias de desenvolvimento", a China possui as maiores reservas em divisas do mundo: 2,65 biliões de dólares (1,92 biliões de euros), segundo os números de setembro passado.
Cerca de um terço está investido em títulos do tesouro norte-americano, mas sobra ainda muito dinheiro.
Um professor do Banco Central, Wang Yong, defendeu a compra da dívida pública de Portugal e de outros países europeus para ajudar a Europa a sair da crise e tentar limitar a três por cento a valorização da moeda chinesa reivindicada pela administração norte-americana.
Num artigo publicado a semana passada em Pequim, Wang Yong sustenta que a China deve formar alianças com outros países -- incluído Portugal, Grécia, Irlanda e Itália -- para evitar que os Estados Unidos consigam reunir uma coligação para obrigar o governo chinês a valorizar o yuan.
"Os chineses não gostam de falar nestas coisas em público", disse um diplomata europeu acerca da possibilidade de o assunto ser abordado durante a visita do Presidente Hu Jintao a Portugal e França, na primeira semana de novembro.
No início de outubro, em Atenas, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, limitou-se a reafirmar que "a China apoia a estabilidade do euro e não reduzirá a sua carteira de títulos europeus".
A China é também o quinto país que mais investe no estrangeiro, sobretudo na área da energia, e em 2007, para "diversificar" a aplicação das suas reservas, canalizou 200 000 milhões de dólares para um fundo soberano chamado CIC (China Investment Corporation).
Três anos depois, o património da CIC já vai em 298 000 milhões de dólares e a sua carteira de investimentos estende-se do Cazaquistão ao Canadá.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Pequim, 28 out (Lusa) -- Pela primeira vez nos 65 anos de história do Fundo Monetário Internacional (FMI), um dos principais lugares dentro da instituição, o de conselheiro especial do diretor, é hoje ocupado por um economista chinês, Zhu Min.
Antigo vice-governador do Banco Central da China, Zhu Min, de 58 anos, foi o segundo quadro chinês a assumir um posto de liderança numa instituição financeira internacional, depois de Justin Yifu Lin ter sido nomeado economista-chefe do Banco Mundial, há dois anos.
Zhu Min e Yifu Lin são ambos doutorados em universidades norte-americanas, mas o sucesso das suas carreiras é mais do que uma história individual.
Depois de três décadas com um crescimento médio de cerca de 10 por cento ao ano, a economia chinesa é hoje a segunda maior do mundo, a seguir aos Estado Unidos, e após a crise financeira de 2008 passou a ser considerada "um motor da recuperação global".
Pelas contas do FMI, o Produto Interno Bruto (PIB) chinês crescerá 10,5 por cento em 2010.
Embora continue a assumir-se como "um país em vias de desenvolvimento", a China possui as maiores reservas em divisas do mundo: 2,65 biliões de dólares (1,92 biliões de euros), segundo os números de setembro passado.
Cerca de um terço está investido em títulos do tesouro norte-americano, mas sobra ainda muito dinheiro.
Um professor do Banco Central, Wang Yong, defendeu a compra da dívida pública de Portugal e de outros países europeus para ajudar a Europa a sair da crise e tentar limitar a três por cento a valorização da moeda chinesa reivindicada pela administração norte-americana.
Num artigo publicado a semana passada em Pequim, Wang Yong sustenta que a China deve formar alianças com outros países -- incluído Portugal, Grécia, Irlanda e Itália -- para evitar que os Estados Unidos consigam reunir uma coligação para obrigar o governo chinês a valorizar o yuan.
"Os chineses não gostam de falar nestas coisas em público", disse um diplomata europeu acerca da possibilidade de o assunto ser abordado durante a visita do Presidente Hu Jintao a Portugal e França, na primeira semana de novembro.
No início de outubro, em Atenas, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, limitou-se a reafirmar que "a China apoia a estabilidade do euro e não reduzirá a sua carteira de títulos europeus".
A China é também o quinto país que mais investe no estrangeiro, sobretudo na área da energia, e em 2007, para "diversificar" a aplicação das suas reservas, canalizou 200 000 milhões de dólares para um fundo soberano chamado CIC (China Investment Corporation).
Três anos depois, o património da CIC já vai em 298 000 milhões de dólares e a sua carteira de investimentos estende-se do Cazaquistão ao Canadá.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
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