sexta-feira, 29 de outubro de 2010

NÃO HÁ BEM QUE SEMPRE DURE, NEM MAL QUE NÃO ACABE

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PORTUGAL DIRETO

UM DIA… OU MAIS

Presumamos que já aconteceu a todos, exceto àqueles que nunca andaram à chuva em dia de muito vento, com fortes ventos cruzados: esses dias de chuva em que de nada serve o chapéu de chuva e para além disso nem sabemos de que lado ela vem de encontro a nós. A maioria, porque pobretanas ou "remediados", que anda à chuva, decerto sabe do que aqui se fala. Nem sabemos de onde ela vem, a chuva, porque ora vem de uma direção, ora vem de outra, ao saber e ao sabor do vento.

Ver e ouvir falar os políticos de Portugal, os da Europa, os banqueiros, os gigantescos empresários, os que põem e dispõe e nos dominam, é o mesmo que aquela chuva: nem sabemos de que lado vêm contra nós. Ora dizem uma coisa, ora dizem outra, uns assim, outros nem por isso. Mudam de opinião e depois dizem que não, fazem de valores comezinhos valores importantes e os importantes decidem e opinam não valerem tanto quanto isso.

Esses mesmos são os que muitas vezes nos tratam como atrasados mentais e como a chuva que nos ensopa, de onde nem sabemos que vem, dizem os maiores disparates só para não ficarem calados revelando-se umas bestas que afinal conseguiram sem mérito chegar aos topos dos poderes de decisão. Neste caso está Durão Barroso, agora presidente da União Europeia. Esse mesmo, o tal que foi nomeado após ter sujado as mãos no Iraque e abandonado Portugal quando era primeiro ministro, traindo a palavra e os compromissos a que se comprometera com uns milhões de portugueses.

Foi esse que não há muitos dias se pronunciava sobre Portugal e a situação difícil que atravessa. Dizia sobre o descalabro em que o país caiu, também por sua responsabilidade enquanto governante que optou pelo abandono, que havíamos de vencer a crise e estes péssimos momentos. Declarou com ar vitorioso, optimista, que tudo acabaria em bem e que deviamos estar felizes, contentes, que afinal Portugal “pertencia ao Conselho de Segurança” da Onu e que “ganhámos no futebol”, referindo-se à vitória da seleção nacional já com novo treinador.

De concreto nada disse, a não ser estas bacoradas. A distância que vai entre a realidade miserável vivida dos portugueses e parasitas troca-tintas como Barroso é abismal. Enquanto portugueses passam por enormes dificuldades e carências, até alimentares, o marmanjo lá do topo, cai-nos em cima, tocado a vento, e encharca-nos com futilidades deste tipo, talvez pretendendo parecer optimista. Não. Decerto procurando assobiar para o lado e enganar-nos, como sempre o tem feito durante a vigência dos seus tempos no poder em Portugal e agora na Europa. São medíocres destes que fazem parte da elite política nacional e europeia. Aliás, globalmente é o que está a acontecer por imensos países. Oportunistas, medíocres, sanguinários, assassinos, ladrões, corruptos, falsários… Um exército lamentável que constitui uma elite representativa das piores espécies e índoles humanas, uns incapacitados, vigaristas, com falsos canudos ou de universidades onde já nem aprendem a falar muito bem, quanto mais serem pessoas de palavra e honestas. Nem precisam, queiramos ou não, os poderes estão tomados por eles e aplicam as sucessões uns dos outros, negoceiam eleições de cargos em danças de cadeiras onde sentam as suas incompetências, falsos sorrisos e hipocrisias. E mamam desenfreadamente os orçamentos nacionais e europeus. Tudo em prol do “mercado” e do capital a quem servem e lhes destina aqueles excepcionais cargos e reluzentes mordomias que todos nós acabamos por pagar com sangue, suor, lágrimas, e língua de palmo e meio. Por vezes com a nossa própria vida nas guerras que "inventam" por ordens e conveniênciaas dos carteis do armamento e tudo que lhe está associado.

Estes apátridas são imensos e assolam-nos por todos os lados. Nem sabemos de onde vêm. São como a chuva tocada a vento forte. Ensopam-nos cada vez mais na miséria e fazem-se optimistas com mensagens de engano, que nada valem: “Estamos no Conselho de Segurança”, “ganhámos no futebol”, como se isso enchesse a barriga, desse casa aos sem abrigo que se multiplicam, significasse emprego para os milhares de desempregados, como se não tivéssemos de viver e perspetivar uma sobrevivência cada vez mais difícil e inumana, como se não tivéssemos de assistir aos saques imorais, desavergonhados, dos da estirpe de Barroso, de Alegre, de Cavaco, de milhentos políticos que fizeram das suas vidas um maná de reformas imerecidas que vão acumulando com a legalidade que eles próprios aprovaram, legislando para as suas conveniências e abarrotar de grandes vivências e fortunas. Roubos que tornaram legais. E são estes os que têm os poderes em Portugal e na Europa. No mundo. São imensos e, como a chuva, nem sabemos de que lado vêm.

Só nos resta afastá-los desta “dolce vita”, demonstrando-lhes que não há bem que sempre dure, nem mal que não acabe.

Um dia…

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