ORLANDO CASTRO, jornalista – NOTÍCIAS LUSÓFONAS
Pelos vistos, no reino lusitano (ainda) a norte de Marrocos, este é o pior momento para discutir seja o que for. Agora devem todos estar virados para o que dizem ser uma causa comum: a aprovação do Orçamento de Estado (OE). Pelos vistos em Portugal não há vida para além do OE. Se ele for aprovado é mesmo verdade que só haverá vida para alguns. Para os mesmos de sempre.
Mas é sempre assim, sobretudo quando a oportunidade dos portugueses de segunda não coincide com a dos de primeira (os socialistas). Esta é, aliás, uma das características das ditaduras. Em democracia não há, ou não deve haver, momentos especiais para discutir seja o que for.
Mas como Portugal ainda está longe de ser uma democracia de facto, embora o seja de jure, quem está no poder argumenta sempre com a inoportunidade de qualquer tipo de discussão, sobretudo quando não é do seu agrado.
Por outras palavras, as notícias indicam que a (in)oportunidade de qualquer discussão depende das jogadas que se possam fazer, da oferta de um ou outro acordo. Depende, em síntese, da possibilidade de se mudarem apenas algumas moscas, deixando o resto (os tachos) na mesma.
Viremo-nos, portanto, para o sagrado Orçamento em que o doente não vai morrer da doença mas, sempre é diferente, da cura.
Vamos estar atentos? É que, honrando a tradição deste PS e do sumo pontífice que o dirige, José Sócrates, o que hoje é verdade amanhã é mentira. Às vezes é no próprio dia que a mudança se faz.
De acordo com as teses socráticas, "este é o pior dos momentos" para discutir qualquer coisa que não seja o dever patriótico que os portugueses (os de segunda, entenda-se) têm de ser roubados, de viverem de barriga vazia e de continuarem a sustentar os parasitas da sociedade: ministros, deputados, assessores, gestores, administradores e similares.
Ou seja, nesta fase da “burkinização” de Portugal, o governo e o partido que o sustenta, e se sustenta, prefere esperar para ter a certeza de que todos aqueles (e não são tão poucos quanto isso) que estão a tentar viver sem comer vão, ou não, morrer.
Embora se saiba que vão mesmo morrer, o PS admite que só depois disso será oportuno analisar as razão do óbito...
17.10.2010 - orlando.s.castro@gmail.com
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Pelos vistos, no reino lusitano (ainda) a norte de Marrocos, este é o pior momento para discutir seja o que for. Agora devem todos estar virados para o que dizem ser uma causa comum: a aprovação do Orçamento de Estado (OE). Pelos vistos em Portugal não há vida para além do OE. Se ele for aprovado é mesmo verdade que só haverá vida para alguns. Para os mesmos de sempre.
Mas é sempre assim, sobretudo quando a oportunidade dos portugueses de segunda não coincide com a dos de primeira (os socialistas). Esta é, aliás, uma das características das ditaduras. Em democracia não há, ou não deve haver, momentos especiais para discutir seja o que for.
Mas como Portugal ainda está longe de ser uma democracia de facto, embora o seja de jure, quem está no poder argumenta sempre com a inoportunidade de qualquer tipo de discussão, sobretudo quando não é do seu agrado.
Por outras palavras, as notícias indicam que a (in)oportunidade de qualquer discussão depende das jogadas que se possam fazer, da oferta de um ou outro acordo. Depende, em síntese, da possibilidade de se mudarem apenas algumas moscas, deixando o resto (os tachos) na mesma.
Viremo-nos, portanto, para o sagrado Orçamento em que o doente não vai morrer da doença mas, sempre é diferente, da cura.
Vamos estar atentos? É que, honrando a tradição deste PS e do sumo pontífice que o dirige, José Sócrates, o que hoje é verdade amanhã é mentira. Às vezes é no próprio dia que a mudança se faz.
De acordo com as teses socráticas, "este é o pior dos momentos" para discutir qualquer coisa que não seja o dever patriótico que os portugueses (os de segunda, entenda-se) têm de ser roubados, de viverem de barriga vazia e de continuarem a sustentar os parasitas da sociedade: ministros, deputados, assessores, gestores, administradores e similares.
Ou seja, nesta fase da “burkinização” de Portugal, o governo e o partido que o sustenta, e se sustenta, prefere esperar para ter a certeza de que todos aqueles (e não são tão poucos quanto isso) que estão a tentar viver sem comer vão, ou não, morrer.
Embora se saiba que vão mesmo morrer, o PS admite que só depois disso será oportuno analisar as razão do óbito...
17.10.2010 - orlando.s.castro@gmail.com
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