Fabiano Atanásio da Silva, o FB, entre dois criminosos conhecidos como Beirola (à esquerda) e Biscoito: traficante teria perocrrido 1 km dentro do esgoto com comparsas Foto: Reprodução
Policiais encontram galeria pluvial
onde FB e Mica teriam fugido do Alemão
ISABEL BOECHAT – O DIA – 30 novembro 2010
Rio - Policiais civis da 9ª DP (Catete) encontraram uma galeria pluvial onde os traficantes Fabiano Atanázio da Silva, o FB, e Paulo Roberto de Souza Paz, o Mica, e outros 50 criminosos teriam fugido do cerco das forças de segurança durante a ocupação Complexo do Alemão.
FB e Mica acessaram a galeria ainda na Favela da Grota, no Conjunto de Favelas do Alemão, atrás de uma creche próxima à rua Itararé. Após percorrer 1km dentro das manilhas de esgoto, o bando saiu na altura da Rua Arapá, acesso ao Morro do Adeus, única favela do complexo não ocupada por forças de segurança.
Para garantir a fuga de FB e Mica, traficantes iniciaram um intenso confronto com o objetivo de desviar a atenção dos policiais. De acordo com moradores, o bando teria conseguido escapar por volta de 22h30 da noite de sábado.
Prioridade é retomada de territórios, não prisão de chefes do tráfico
As operações da Polícia Civil continuam, mas segundo Turnowski o foco é reconquuistar territórios dos complexos da Penha e do Alemão e não a prisão de líderes do tráfico de drogas em comunidades destes conjuntos.
"Nosso foco é na retomada do Alemão e do Complexo da Penha e não a prisão de líderes de facções ou do comércio de drogas. Os líderes não vão para a rua para roubar, mas sim o segundo e o terceiro escalões de bandidos. Os chefes vão ser presos, não tenha dúvida, mas o que importa são os territórios", afirmou Allan Turnowski, chefe de Polícia Civil.
Ataques começaram no domingo ao meio-dia
A onda de ataques violentos no Rio e Grande Rio começou no domingo 21 de novembro, por volta do meio-dia, na Linha Vermelha, quando seis bandidos armados com cinco fuzis e uma granada fecharam a pista sentido Centro, altura de Vigário Geral. Os criminosos, em dois carros, levaram pertences de passageiros e queimaram dois veículos, após expulsarem os ocupantes. Para o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, as ações criminosas são uma reação contra a política de ocupação de territórios do tráfico, por meio das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e a transferências de bandidos para presídios federais em outros estados.
Na manhã da segunda-feira, cinco bandidos armados atacaram motoristas no Trevo das Margaridas, próximo à Avenida Brasil, em Irajá, também na Zona Norte. Os criminosos roubaram e incendiaram três veículos. No mesmo dia, criminosos armados com fuzis atiraram em uma cabine da PM na rua Monsenhor Félix, em frente ao Cemitério de Irajá. A PM acredita que o incidente tenha sido provocado pelos mesmos bandidos que haviam incendiado os três carros na mesma manhã. À noite, traficantes incendiaram dois carros na Rodovia Presidente Dutra, na altura da Pavuna. Foi o quinto ataque a motoristas em menos de 48 horas. Na Zona Norte, outra cabine da Polícia Militar foi metralhada.
No dia seguinte, as polícias Militar e Civil se uniram para reforçar o patrulhamento pelas ruas do Rio. O efetivo foi redobrado para controlar os ataques dos bandidos. A operação, que se chamou 'Fecha Quartel', suspendeu todas as folgas dos policiais militares do Rio de Janeiro. Mais de 20 favelas foram invadidas e armas e drogas foram apreendidas. Bandidos foram presos e alguns criminosos mortos em confronto com agentes.
Na quarta-feira 24 de novembro, novos ataques: ônibus, van e carros foram incendiados na Zona Norte do Rio, Baixada Fluminense e Niterói. Sérgio Cabral, governador do Rio, desafiou os bandidos: 'Não há paz falsa. Não negociamos'. Em uma reunião de cúpula da Segurança Pública do Estado, ficou decidido que a Marinha daria apoio logístico às operações de resposta aos ataques de bandidos.
Em mais um dia de veículos incendiados espalhados pela cidade, mais de 450 homens - entre polícias Militar e Civil e fuzileiros da Marinha, com o apoio de blindados de guerra da força naval, tomaram a Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. Emissoras de tv mostraram, ao vivo, centenas de bandidos armados fugindo para comunidades vizinhas. Cenas históricas que mostraram a atual situação do Rio de Janeiro. Na sexta-feira 26 de novembro, o Exército e a Polícia Federal entraram na batalha. No sábado, uma chance para traficantes locais. A Polícia Militar tentou a rendição dos cerca de 600 bandidos que estariam no Complexo do Alemão. Exatamente às 7h59 deste domingo, o comando da PM ordenou a invasão e poucos mais de 1 hora depois, o Estado comunicava que o conjunto de favelas estava tomado.
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ISABEL BOECHAT – O DIA – 30 novembro 2010
Rio - Policiais civis da 9ª DP (Catete) encontraram uma galeria pluvial onde os traficantes Fabiano Atanázio da Silva, o FB, e Paulo Roberto de Souza Paz, o Mica, e outros 50 criminosos teriam fugido do cerco das forças de segurança durante a ocupação Complexo do Alemão.
FB e Mica acessaram a galeria ainda na Favela da Grota, no Conjunto de Favelas do Alemão, atrás de uma creche próxima à rua Itararé. Após percorrer 1km dentro das manilhas de esgoto, o bando saiu na altura da Rua Arapá, acesso ao Morro do Adeus, única favela do complexo não ocupada por forças de segurança.
Para garantir a fuga de FB e Mica, traficantes iniciaram um intenso confronto com o objetivo de desviar a atenção dos policiais. De acordo com moradores, o bando teria conseguido escapar por volta de 22h30 da noite de sábado.
Prioridade é retomada de territórios, não prisão de chefes do tráfico
As operações da Polícia Civil continuam, mas segundo Turnowski o foco é reconquuistar territórios dos complexos da Penha e do Alemão e não a prisão de líderes do tráfico de drogas em comunidades destes conjuntos.
"Nosso foco é na retomada do Alemão e do Complexo da Penha e não a prisão de líderes de facções ou do comércio de drogas. Os líderes não vão para a rua para roubar, mas sim o segundo e o terceiro escalões de bandidos. Os chefes vão ser presos, não tenha dúvida, mas o que importa são os territórios", afirmou Allan Turnowski, chefe de Polícia Civil.
Ataques começaram no domingo ao meio-dia
A onda de ataques violentos no Rio e Grande Rio começou no domingo 21 de novembro, por volta do meio-dia, na Linha Vermelha, quando seis bandidos armados com cinco fuzis e uma granada fecharam a pista sentido Centro, altura de Vigário Geral. Os criminosos, em dois carros, levaram pertences de passageiros e queimaram dois veículos, após expulsarem os ocupantes. Para o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, as ações criminosas são uma reação contra a política de ocupação de territórios do tráfico, por meio das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e a transferências de bandidos para presídios federais em outros estados.
Na manhã da segunda-feira, cinco bandidos armados atacaram motoristas no Trevo das Margaridas, próximo à Avenida Brasil, em Irajá, também na Zona Norte. Os criminosos roubaram e incendiaram três veículos. No mesmo dia, criminosos armados com fuzis atiraram em uma cabine da PM na rua Monsenhor Félix, em frente ao Cemitério de Irajá. A PM acredita que o incidente tenha sido provocado pelos mesmos bandidos que haviam incendiado os três carros na mesma manhã. À noite, traficantes incendiaram dois carros na Rodovia Presidente Dutra, na altura da Pavuna. Foi o quinto ataque a motoristas em menos de 48 horas. Na Zona Norte, outra cabine da Polícia Militar foi metralhada.
No dia seguinte, as polícias Militar e Civil se uniram para reforçar o patrulhamento pelas ruas do Rio. O efetivo foi redobrado para controlar os ataques dos bandidos. A operação, que se chamou 'Fecha Quartel', suspendeu todas as folgas dos policiais militares do Rio de Janeiro. Mais de 20 favelas foram invadidas e armas e drogas foram apreendidas. Bandidos foram presos e alguns criminosos mortos em confronto com agentes.
Na quarta-feira 24 de novembro, novos ataques: ônibus, van e carros foram incendiados na Zona Norte do Rio, Baixada Fluminense e Niterói. Sérgio Cabral, governador do Rio, desafiou os bandidos: 'Não há paz falsa. Não negociamos'. Em uma reunião de cúpula da Segurança Pública do Estado, ficou decidido que a Marinha daria apoio logístico às operações de resposta aos ataques de bandidos.
Em mais um dia de veículos incendiados espalhados pela cidade, mais de 450 homens - entre polícias Militar e Civil e fuzileiros da Marinha, com o apoio de blindados de guerra da força naval, tomaram a Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. Emissoras de tv mostraram, ao vivo, centenas de bandidos armados fugindo para comunidades vizinhas. Cenas históricas que mostraram a atual situação do Rio de Janeiro. Na sexta-feira 26 de novembro, o Exército e a Polícia Federal entraram na batalha. No sábado, uma chance para traficantes locais. A Polícia Militar tentou a rendição dos cerca de 600 bandidos que estariam no Complexo do Alemão. Exatamente às 7h59 deste domingo, o comando da PM ordenou a invasão e poucos mais de 1 hora depois, o Estado comunicava que o conjunto de favelas estava tomado.
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