quinta-feira, 25 de novembro de 2010

GREVE É, SE É QUE É, UM DIREITO SINÓNIMO DE DESPEDIMENTO

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ORLANDO CASTRO, jornalista – NOTÍCIAS LUSÓFONAS

Segundo o Sindicato (SJ) dos Jornalistas de Portugal, a greve na Agência Lusa regista "enorme adesão entre os jornalistas ao serviço na sede da empresa, tendo o piquete da manhã paralisado a 100%". Será mesmo? É que os jornalistas conhecem bem a administração da empresa e sabem, desde logo por exemplos recentes por onde passaram os administradores, que fazer greve é meio caminho andado para o despedimento, colectivo ou não.

"Não há quaisquer jornalistas a trabalhar nas secções de Política e Cultura, e no Internacional/Lusofonia está presente apenas uma pessoa contratada a recibo verde. Nas secções Sociedade e País estão presentes apenas os respectivos editores, e na Economia estão a editora, um adjunto, um jornalista a prazo e outro a recibos verdes. Na Multimedia está o editor e um adjunto, no Desporto um editor, na Fotografia um editor adjunto e um jornalista a prazo e na Agenda o editor e um jornalista", diz o SJ em comunicado.

Na Lusa como noutros meios, quem trabalha a recibos verdes ou com contrato a prazo não pode fazer greve, mesmo que essa seja a sua vontade. Na democracia portuguesa é assim que as coisas funcionam. Por outras palavras, ou comem e calam ou não comem e vão para a rua.

"A jornalista de serviço no turno da madrugada fez greve mas a empresa recorreu a um jornalista de Macau para a substituir. Estão igualmente presentes três correspondentes no estrangeiro actualmente a receber formação em Lisboa. A trabalhar, na sede, estão pessoas da Direcção de Informação e parte da chefia de Redacção", diz o SJ, acrescentando que "na Delegação de Coimbra, os quatro jornalistas pertencentes ao quadro da empresa estão em greve, na delegação do Porto, dos jornalistas do quadro, nove estão a trabalhar (incluindo chefias) e cinco em greve".

Quanto ao que se passa na restante comunicação social das ocidentais praias lusitanas a norte, embora cada vez mais a sul, de Marrocos, não faço a mínima ideia. Mas não é difícil pensar que a maioria está com o rabinho entre as pernas, com a língua de fora pronta a lamber o dono.

24.11.2010 - orlando.s.castro@gmail.com
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