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Lisboa, 24 nov (Lusa) - Organizações não governamentais identificaram no ano passado 107 novas zonas minadas em Angola, num ano em que as minas terrestres causaram pelo menos 28 vítimas naquele país, revela o relatório "Landmine Monitor'2010" lançado hoje em Genebra.
Em 2009, a organização Halo identificou 76 novas zonas minadas, cerca de 2,5 quilómetros de área, nas províncias do Bengo, Benguela, Bié, Huambo, Huíla e Kuando-Kubango e entre janeiro e junho de 2010 foram descobertas mais 17 zonas, num total de 744,551 m2.
No mesmo período, a Norwegian People Aid (NPA) identificou 14 novas zonas minadas no Kwanza Sul e Malanje cobrindo uma área de 826,000 m2.
Por outro lado, o texto global do relatório - que este ano inclui pela primeira vez perfis dos países online - dá conta que Angola conseguiu limpar 3,75 km2 de terras, números que não incluem os dados reportados pelo Instituto Nacional de Desminagem angolano (8 km2) por não ser claro que percentagem são zonas de batalha limpas e que percentagem resulta do cancelamento como áreas minadas.
As cinco ONG no território retiraram da classificação como zonas minadas 205 km2 de terras.
O número de vítimas caiu de 52 em 2008 para 28 (8 mortos, 18 feridos e dois cujo estado de saúde é desconhecido) em 2009, mas dados da Comissão Nacional Inter-setorial de Desminagem e Assistência Humanitária (CNIDAH) indicam, segundo o relatório, que pode haver mais de 80.
"Contudo, devido aos problemas com a recolha e tratamento dos dados, é impossível determinar tendências", refere o texto.
O relatório dá ainda conta da existência de 20 vítimas, na maioria civis, em 10 acidentes com minas ou explosivos em Moçambique.
Os dados revelam um aumento significativo relativamente às nove vítimas de 2008, contudo não atingiram as 24 vítimas identificadas em 2007.
O Instituto Nacional de Desminagem atribuiu o aumento de vítimas à pressão das populações em zonas de terra antes não utilizadas.
Na Guiné-Bissau, o Centro Nacional de Coordenação da Ação Anti-Minas (CAAMI) registou 16 vítimas (cinco mortos e 11 feridos) de fragmentos explosivos em cinco incidentes diferentes.
Entre as vítimas, cuja idade é conhecida, 73 por cento eram crianças.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico *** .
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