segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

AS PRESIDENCIAIS PORTUGUESAS

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Belém, Lisboa – Casarão Presidencial

EUGÉNIO COSTA ALMEIDANOTÍCIAS LUSÓFONAS – 20 dezembro 2010

Ainda não se viu, leu ou ouviu o que pensam os candidatos em relação à Lusofonia e, principalmente, aos dois maiores investidores e “sponsers” da economia portuguesa – excepto a Espanha – que são Angola e Brasil

Começou a corrida para as presidenciais portuguesas no próximo mês de Janeiro. Até agora perfilaram-se cinco candidatos, dois deles já repetentes, o presidente em exercício Cavaco Silva e o candidato socialista/bloquista Manuel Alegre, um de naturalidade angolana – creio que de Cabinda –, o fundador da AMI, Fernando Nobre, e outros dois, meros “estranhos”, para unicamente aproveitarem tempo de antena e fazerem campanha para o partido que o apoia, no caso do candidato comunista, Francisco Lopes, e o outro, Defensor de Moura, que mais parece estar para, unicamente, se auto-promover dentro do seu próprio partido que, por sinal e tal como na campanha anterior, apoia outro.

Começou a campanha – mais correctamente a pré-campanha – quer nos chamados “outdoors” quer já na televisão. É certo que não estou minimamente virado para as presidenciais. Não sou monárquico mas também não me revejo neste tipo de campanha eleitoral.

Para mim só as autárquicas merecem acompanhamento e votação porque são as únicas em que realmente “intervimos” como eleitores porque são as únicas onde, realmente, sabemos quem votamos e não em nomes estereotipados lançados pelos partidos apesar disso acontecer nos principais centros eleitorais.

Mas, ainda assim, como analista e mera curiosidade tenho assistido a um ou outro debate televisivo – desculpem se me enganei – e às declarações de intenções dos candidatos já formalmente apresentados.

E até agora o que vi foram meras campanhas eleitorais de alguém que parece pensar que vai governar o País e não um garante da estabilidade nacional e, principalmente, de reconhecer que a sua actividade no actual quadro constitucional é o de um mero representante institucional junto da comunidade internacional e não um governante.

Temos como, exemplo bem paradigmático, Mário Soares que tornou Portugal mais visível na cena internacional com as constantes viagens ao estrangeiro – só suplantado pelo antigo Papa João Paulo II – indo, inclusive às Seychelles, não, claro, para veranear como algumas más-línguas insinuaram, mas para chamar a atenção do Mundo para o efeito estufa que poderia causar na calote polar com o amento dos mares e a inundação e subsequente desaparecimento das paradisíacas ilhas do Índico.

O actual presidente, Cavaco Silva, ainda esboçou um pouco para o facto do presidente não governar na conversa com Nobre, mas foi muito tímida. Também o que ainda não vi, não li, nem ouvi, foi o que pensam das relações com a lusofonia e, principalmente, com os dois maiores investidores e “sponsers” da economia portuguesa – excepto a Espanha, mas isso era entrar no iberismo e não me chamo Saramago – que são Angola e Brasil.

Nomeadamente para Fernando Nobre, fundador de uma organização social de apoio a Cabinda e que até há pouco defendia uma análise casuística e específica para a mais nortenha província angolana. Será que os seus assessores lhe aconselharam não mexer no milheiral como o alfaiate do príncipe das orelhas-de-burro?

É certo que a campanha ainda nem saiu do adro, mas pela amostra…
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