JORNAL DE ANGOLA
A Palavra do Director
Vivemos uma época que, tirando os excessos do consumismo, tem o seu quê de especial para os que passam todo o ano na duríssima luta para uma vida digna e na construção de um país mais justo e solidário. Para as crianças, mais do que especial, a quadra das festas natalícias é verdadeiramente mágica.
Este é o tempo em que ganha sentido o desejo de paz para os homens de boa vontade. Mais sentido fazia se os votos de paz, saúde e felicidade, abrangessem o Homem, sem exclusões nem preconceitos. A má ou a boa vontade, afinal, depende muito dos que fazem o julgamento dos outros. E como somos maus juízes, o melhor é incluirmos todos, sem excepção, nos nossos votos de paz, saúde e prosperidade.
Nunca como nesta época as famílias estão tão disponíveis para dar, para contribuir, para ajudar. Nunca como no Natal nos unimos à volta do que nos une e esquecemos aquilo que nos separa. Se a magia do Natal estivesse em nós todo o ano e nos anos que hão-de vir, conservávamos o melhor do ser humano que é um olhar de criança sobre a vida e os seus enredos e mistérios.
Mas a voragem dos dias, os obstáculos que temos de remover, as responsabilidades, o desejo de fazer mais e melhor, muitas vezes matam em nós a criança que já fomos e acabamos por esquecer a infinita felicidade por recebermos quase nada, quando abríamos o embrulho onde estava a prenda deixada pelo Pai Natal. Só as crianças são capazes de dar valor ao que é apenas simbólico e só elas são capazes de desprezar os bens materiais, mesmo quando vivem na pobreza. E como o egoísmo, pelo menos nos dias mais próximos, vai ser relegado para segundo plano e há um espírito de abertura, lançamos um desafio aos luandenses: vamos dar a Luanda uma prenda de Natal inesquecível. Vamos limpar o que sujamos, arrumar o que desarrumamos, arranjar o que estragamos, respeitar os equipamentos públicos como se fosse a nossa mais ansiada prenda.
Imaginemos que os equipamentos públicos são o carro que conservamos com tanto cuidado. Ou a casa que nos custou a construir. Ou o curso superior que nos custou tanto sacrifício. Ou a aprendizagem das primeiras letras, depois de adultos, que nos faz sentir heróis. Vamos ensinar o nosso vizinho a viver num ambiente de higiene e limpeza. Ninguém nasce ensinado e não é vergonha desconhecer normas e regras da vida em comum.
Há prédios em Luanda que deviam ter uma vida longa e estão praticamente em ruínas. Muitos só têm como solução a demolição. O prédio “Cuca” é apenas um exemplo. Mas há muitos prédios em Luanda que estão arruinados porque os esgotos ficaram assoreados e as águas não drenadas minaram os seus alicerces. Os elevadores estão entupidos de lixo e de água putrefacta. A prova dessa “doença” está nos esgotos que escorrem dos prédios para as ruas e o cheiro horrível que se sente ao passar por eles.
Os poderes públicos podem aproveitar o balanço das novas centralidades para realojar os moradores desses prédios arruinados estruturalmente e começarem a reabilitar os que ainda podem ser arranjados ou demolir os prédios condenados.
Vamos aproveitar este tempo de concórdia e de compreensão para lançarmos campanhas de limpeza e higiene. O lixo não pode habitar em todas as ruas de Luanda, ameaçando a saúde dos luandenses, sobretudo das crianças, que na sua inocência brincam nos esgotos e nas lixeiras que existem em cada esquina, abertas e alimentadas por moradores de prédios que têm mesmo à porta contentores onde podem depositar o lixo doméstico em sacos fechados, para não chamarem gatos vadios e moscas.
A melhor empresa de recolha e tratamento do lixo de Luanda são os seus habitantes. Os melhores administradores municipais somos nós. Ninguém governa melhor a nossa casa do que nós próprios, que sabemos do que somos capazes, de que meios dispomos e do que mais gostamos.
Espero que nesta quadra festiva todos tenham saúde, paz e prosperidade. E que a partir de agora façamos tudo para dar a Luanda o que ela merece. Mas se não estivermos à altura desse desafio, pelo menos que cada luandense cumpra a sua parte e não agrave as más condições que ainda temos em Luanda.
Basta isso para darmos uma grande ajuda aos que têm a pesada responsabilidade de governar bem a cidade de todos nós. Não estragar, não sujar, respeitar os equipamentos públicos, é um contributo inestimável à boa governação da nossa Luanda.
A Palavra do Director
Vivemos uma época que, tirando os excessos do consumismo, tem o seu quê de especial para os que passam todo o ano na duríssima luta para uma vida digna e na construção de um país mais justo e solidário. Para as crianças, mais do que especial, a quadra das festas natalícias é verdadeiramente mágica.
Este é o tempo em que ganha sentido o desejo de paz para os homens de boa vontade. Mais sentido fazia se os votos de paz, saúde e felicidade, abrangessem o Homem, sem exclusões nem preconceitos. A má ou a boa vontade, afinal, depende muito dos que fazem o julgamento dos outros. E como somos maus juízes, o melhor é incluirmos todos, sem excepção, nos nossos votos de paz, saúde e prosperidade.
Nunca como nesta época as famílias estão tão disponíveis para dar, para contribuir, para ajudar. Nunca como no Natal nos unimos à volta do que nos une e esquecemos aquilo que nos separa. Se a magia do Natal estivesse em nós todo o ano e nos anos que hão-de vir, conservávamos o melhor do ser humano que é um olhar de criança sobre a vida e os seus enredos e mistérios.
Mas a voragem dos dias, os obstáculos que temos de remover, as responsabilidades, o desejo de fazer mais e melhor, muitas vezes matam em nós a criança que já fomos e acabamos por esquecer a infinita felicidade por recebermos quase nada, quando abríamos o embrulho onde estava a prenda deixada pelo Pai Natal. Só as crianças são capazes de dar valor ao que é apenas simbólico e só elas são capazes de desprezar os bens materiais, mesmo quando vivem na pobreza. E como o egoísmo, pelo menos nos dias mais próximos, vai ser relegado para segundo plano e há um espírito de abertura, lançamos um desafio aos luandenses: vamos dar a Luanda uma prenda de Natal inesquecível. Vamos limpar o que sujamos, arrumar o que desarrumamos, arranjar o que estragamos, respeitar os equipamentos públicos como se fosse a nossa mais ansiada prenda.
Imaginemos que os equipamentos públicos são o carro que conservamos com tanto cuidado. Ou a casa que nos custou a construir. Ou o curso superior que nos custou tanto sacrifício. Ou a aprendizagem das primeiras letras, depois de adultos, que nos faz sentir heróis. Vamos ensinar o nosso vizinho a viver num ambiente de higiene e limpeza. Ninguém nasce ensinado e não é vergonha desconhecer normas e regras da vida em comum.
Há prédios em Luanda que deviam ter uma vida longa e estão praticamente em ruínas. Muitos só têm como solução a demolição. O prédio “Cuca” é apenas um exemplo. Mas há muitos prédios em Luanda que estão arruinados porque os esgotos ficaram assoreados e as águas não drenadas minaram os seus alicerces. Os elevadores estão entupidos de lixo e de água putrefacta. A prova dessa “doença” está nos esgotos que escorrem dos prédios para as ruas e o cheiro horrível que se sente ao passar por eles.
Os poderes públicos podem aproveitar o balanço das novas centralidades para realojar os moradores desses prédios arruinados estruturalmente e começarem a reabilitar os que ainda podem ser arranjados ou demolir os prédios condenados.
Vamos aproveitar este tempo de concórdia e de compreensão para lançarmos campanhas de limpeza e higiene. O lixo não pode habitar em todas as ruas de Luanda, ameaçando a saúde dos luandenses, sobretudo das crianças, que na sua inocência brincam nos esgotos e nas lixeiras que existem em cada esquina, abertas e alimentadas por moradores de prédios que têm mesmo à porta contentores onde podem depositar o lixo doméstico em sacos fechados, para não chamarem gatos vadios e moscas.
A melhor empresa de recolha e tratamento do lixo de Luanda são os seus habitantes. Os melhores administradores municipais somos nós. Ninguém governa melhor a nossa casa do que nós próprios, que sabemos do que somos capazes, de que meios dispomos e do que mais gostamos.
Espero que nesta quadra festiva todos tenham saúde, paz e prosperidade. E que a partir de agora façamos tudo para dar a Luanda o que ela merece. Mas se não estivermos à altura desse desafio, pelo menos que cada luandense cumpra a sua parte e não agrave as más condições que ainda temos em Luanda.
Basta isso para darmos uma grande ajuda aos que têm a pesada responsabilidade de governar bem a cidade de todos nós. Não estragar, não sujar, respeitar os equipamentos públicos, é um contributo inestimável à boa governação da nossa Luanda.
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