DIÁRIO DE NOTÍCIAS – Editorial – 06 fevereiro 2011
Cabo Verde vota hoje em eleições legislativas que constituem o décimo acto eleitoral desde a implantação do pluripartidarismo no arquipélago. Os resultados foram sempre reconhecidos pela personalidade ou pelo partido derrotados. O que não é comum em África. O partido no poder desde 1975 abdicou do monopólio do seu exercício em 1990; desde então, esteve na oposição para voltar ao Governo em 2001. Os seus candidatos presidenciais foram ora vencedores ora derrotados.
No espaço de duas décadas, Cabo Verde passou de país pobre a país de riqueza intermédia no quadro africano. Algo que também não é comum. Além das relações naturalmente privilegiadas no âmbito da CPLP, os sucessivos governos souberam desenvolver parcerias com a União Europeia, com o Brasil, Japão e China; e souberam criar condições para que o arquipélago superasse a dependência da ajuda internacional e atraísse suficiente investimento externo. Outro facto pouco habitual entre os Estados de África.
Tudo isto não significa que Cabo Verde viva no melhor dos mundos. Quem observar os indicadores com atenção ou tiver contacto com a sociedade cabo-verdiana entenderá que muitos dos problemas que afligem a maioria das nações africanas estão presentes. Isto significa que não se escolhe hoje só o próximo primeiro-ministro e seu Governo. A reacção dos partidos à vitória ou à derrota é mais importante do que continuar no poder ou passar à oposição - facto natural em democracia. O relevante é se os líderes políticos cabo-verdianos (ou alguns deles) querem ser parte da solução ou parte do problema. Disso depende a confirmação, ou não, de um dos melhores exemplos num continente em crise permanente.
Cabo Verde vota hoje em eleições legislativas que constituem o décimo acto eleitoral desde a implantação do pluripartidarismo no arquipélago. Os resultados foram sempre reconhecidos pela personalidade ou pelo partido derrotados. O que não é comum em África. O partido no poder desde 1975 abdicou do monopólio do seu exercício em 1990; desde então, esteve na oposição para voltar ao Governo em 2001. Os seus candidatos presidenciais foram ora vencedores ora derrotados.
No espaço de duas décadas, Cabo Verde passou de país pobre a país de riqueza intermédia no quadro africano. Algo que também não é comum. Além das relações naturalmente privilegiadas no âmbito da CPLP, os sucessivos governos souberam desenvolver parcerias com a União Europeia, com o Brasil, Japão e China; e souberam criar condições para que o arquipélago superasse a dependência da ajuda internacional e atraísse suficiente investimento externo. Outro facto pouco habitual entre os Estados de África.
Tudo isto não significa que Cabo Verde viva no melhor dos mundos. Quem observar os indicadores com atenção ou tiver contacto com a sociedade cabo-verdiana entenderá que muitos dos problemas que afligem a maioria das nações africanas estão presentes. Isto significa que não se escolhe hoje só o próximo primeiro-ministro e seu Governo. A reacção dos partidos à vitória ou à derrota é mais importante do que continuar no poder ou passar à oposição - facto natural em democracia. O relevante é se os líderes políticos cabo-verdianos (ou alguns deles) querem ser parte da solução ou parte do problema. Disso depende a confirmação, ou não, de um dos melhores exemplos num continente em crise permanente.
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