sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

EUA escancaram financiamento para oposição Venezuelana em 2012

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Eva Golinger

Nessa segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011, o presidente Barack Obama apresentou ante o Congresso estadunidense um orçamento de 3,7 trilhões de dólares para 2012. No orçamento trilionário de Obama, encontra-se um financiamento especial para os grupos anti-chavistas na Venezuela.

A excessiva soma de dinheiro representa o orçamento anual mais alto de toda a história estadunidense. No montante total, encontram-se mais de 670 bilhões de dólares para o pentágono e para as operações militares, cerca de 75 bilhões de dólares para os serviços de inteligência e 55,7 bilhões de dólares para o Departamento de Estado e para a Agência Internacional de Desenvolvimento dos Estados Unidos (USAID).

Pela primeira vez nesses anos, o orçamento do Departamento de Estado destaca um financiamento direto de 5 milhões para os grupos anti-chavistas na Venezuela. Especificamente, o documento detalha, "esses fundos ajudarão a fortalecer e apoiar a sociedade civil venezuelana para proteger o espaço democrático. O financiamento aumentará o acesso à informação objetiva; facilitará o debate pacifico sobre assuntos chave; ministrará apoio às instituições e aos processos democráticos; promoverá a participação cidadã e reforçará a liderança democrática".

Apesar de que, talvez, soe "bonita" a linguagem empregada para justificar os milhões de dólares para grupos opositores da Venezuela, esse dinheiro tem funcionado como fonte principal para alimentar a subversão e a desestabilização contra o governo de Hugo Chávez. Somente de 2008 a 2011, o Departamento de Estado canalizou mais de 40 milhões de dólares à oposição venezuelana, principalmente investindo esse dinheiro nas campanhas eleitorais contra o presidente Chávez e na maquinaria midiática para influir sobre a opinião pública venezuelana.

O financiamento solicitado para 2012 para os grupos anti-chavistas na Venezuela provém de uma divisão do Departamento de Estado chamada "Fundo de Apoio Econômico". No entanto, não é essa a única fonte de financiamento para os setores opositores na Venezuela. Receberão também entre 1 e 2 milhões de dólares da NED (Fundo Nacional para a Democracia) e vários milhões de dólares de outras agências estadunidenses e internacionais.

Financiamento proibido

Chama a atenção que nesse ano se divulga publicamente o financiamento para a oposição venezuelana porque na Venezuela agora existe a Lei de Defesa da Soberania Política e da Autodeterminação Nacional que proíbe o financiamento externo para fins políticos no país. Então, teremos que perguntar-nos de que maneira o Departamento de Estado pensa canalizar esses fundos multimilionários a grupos venezuelanos, já que sua entrega seria uma violação da lei.

Em anos anteriores, não se detalhava o financiamento direto a grupos políticos na Venezuela no orçamento anual do Departamento de Estado porque, desde 2002, a USAID tem sido o canal principal para esses fundos. No entanto, o escritório não autorizado da USAID em Caracas decidiu trasladar abruptamente suas operações na Venezuela para os Estados Unidos no dia 31 de dezembro de 2010 e, desde então, o próprio Departamento de Estado assumiu a responsabilidade do financiamento à oposição na Venezuela.

Em 2012, há eleições presidenciais e regionais na Venezuela, razão pela qual poder-se-ia especular que esses 5 milhões de dólares fazem parte de um financiamento que estão preparando para as campanhas da oposição.

No orçamento do Departamento de Estado para 2012, também se destacam 20 milhões de dólares no financiamento para grupos e organizadores que trabalham contra a Revolução Cubana.

Segundo o porta-voz do Departamento de Estado, Philip Crowley, o financiamento dado através do Fundo de Apoio Econômico (ESF, por suas siglas em inglês) é para países de "alta importância estratégica" para Washington. Normalmente os fundos não são autorizados pelos governos desses países, mas são entregues diretamente a grupos e organizações políticos que promovem os interesses dos Estados Unidos.

In Diário Liberdade
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