segunda-feira, 14 de março de 2011

Fidel, mais distante de Gaddafi, alerta para invasão da OTAN à Líbia

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CORREIO DO BRASIL - com agências internacionais - de Havana

O líder comunista Fidel Castro publicou, na edição deste domingo do diário cubano La Jornada, uma nova Reflexão intitulada Os terremotos. Ele se referia ao tsunami no Japão e à revolução na Líbia. Sobre o país do regime de Muammar Gaddafi, Fidel afirma:

“Não tenho dúvida alguma de que Gaddafi e o regime líbio cometeram um erro ao confiar em Bush e na OTAN. Tampouco duvido das intenções dos EUA e da OTAN de intervir na Líbia e abortar a onda revolucionária que sacode o mundo árabe. Os povos que se opõem à intenção da OTAN e defendem a ideia de uma solução política, sem a intervenção estrangeira, estão convictos de que os patriotas líbios defenderão sua pátria até o último alento”.

Na mensagem, Fidel Castro conclama os líbios a se unirem como nação contra os possíveis invasores, e critica Gaddafi, o que coloca o regime cubano ainda mais distante do ditador líbio, pois este não perdoará que o ex-dirigente de Cuba tenha dito, publicamente, ter-se equivocado com o militar norte-africano. Fidel também alerta para as intenções da organização militar do Atlântico Norte de instrumentalizar uma invasão de caráter regional, pronta a sufocar ‘a onda revolucionária’. Uma ação militar na Líbia, segundo Fidel, seria ‘um terremoto de caráter político’.

‘Corre-corre’

Fidel, ainda no artigo, relata que “um grande corre-corre se armou no Senado dos Estados Unidos quando James Clapper, chefe da Direção Nacional de Inteligência (DNI) afirmou na Comissão de Defesa: ‘Não creio que Gaddafi tenha intenção alguma de deixar o poder. Segundo todas as evidência de que dispomos, parece que está começando um processo de longa duração”.

Fidel acrescenta que o dirigente norte-americano havia descoberto que Gaddafi conta com brigadas que lhe são “muito leais”, e assinala que a estrutura da defesa antiaérea líbia no solo, com seus radares e seus mísseis antiaéreos, é significante. “É a mais importante do Oriente Médio depois da do Egito”, informou Clapper frente aos senadores. Clapper também constatou que os ataques aéreos do exército fiel a Gaddafi tem mirado principalmente em edifícios e infraestrutura, mais do que na intenção de causar baixas entre a população.

Segundo Fidel, “o tentente-general Ronald Burgess, diretor da Agência de Inteligência e Defesa, na mesma audiência no Senado, disse: ‘Gaddafi parece que vai seguir no poder, a menos que outra dinâmica altere o momento atual. A oportunidade que os rebeldes haviam conseguido no começo do levante popular está começando a mudar’, assegurou”.
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1 comentário:

Anónimo disse...

A múmia genocida não desiste !!!